DIGESTIBILIDADE IN-VIVO E BALANÇO DE NITROGÊNIO DE CATETOS (Tayassu pecari) ALIMENTADOS COM DOSES CRESCENTES DE UREIA.
Alimentos alternativos, nutrição, animais silvestres.
Na Amazônia a caça caracteriza-se fortemente como uma ação cultural e contribui para a alimentação de muitas comunidades rurais. A fauna é um recurso natural que faz parte da economia desta região e que deve ser explorada de forma sustentável. O Tayassu tajacu, mais conhecido como cateto, possui uma distribuição geográfica desde o sul do Texas (EUA), até o norte da Argentina. Pertence a sub-ordem Suiformes, família Tayassuidae, juntamente com duas outras espécies, o queixada e o pecari do Chaco (Catagonus wagneri).
O estômago deste animal é subdividido em compartimentos, alguns autores sugerem que sua fisiologia digestiva assemelha-se ao dos ruminantes. Apresentam o potencial para digerir a fibra alimentar, devido a uma quantidade elevada de microorganismos no estômago causadores de fermentação, sugerindo que utilize a energia de ácidos graxos voláteis, o que permite uma boa adaptação a ingestão de alimentos verdes como o pasto (SANTOS et al., 2004). Os catetos apresentam uma necessidade protéica de aproximadamente 12% a 14% para crescimento e terminação, respectivamente (ALBUQUERQUE 2001), e dentro de um sistema de criação, sua alimentação representa para o produtor um custo de produção em torno de 80%, e os suplementos proteicos representam dois terços destes custos. Frente a isso, pesquisas estão sendo realizadas para atestar alimentos alternativos como fonte de proteína e energia com o intúito de diminuir o custo de sua produção. A ureia apresenta-se como um ingrediente interessante para a alimentação desses animais, pois é uma tacnologia simples e de fácil aplicabilidade, é uma fonte de nitrogênio não-protéico e possui um baixo custo de implantação. Desta forma, este trabalho objetiva medir a capacidade dos catetos no aproveitamento da ureia fornecida na dieta como fonte de nitrogênio não proteico.