Banca de DEFESA: RICARDO GONCALVES SANTOS

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: RICARDO GONCALVES SANTOS
DATA: 30/03/2020
HORA: 14:00
LOCAL: Auditório da PROPPG - UFERSA
TÍTULO:

COMPORTAMENTO ENXAMEATÓRIO DE ABELHAS AFRICANIZADAS (Apis mellifera L.) EM ZONA URBANA DE MOSSORÓ/RN, REGIÃO SEMIÁRIDA DO NORDESTE BRASILEIRO


PALAVRAS-CHAVES:

Apis mellifera L.; Abelhas africanizadas, Captura de enxames; Enxameação em zona urbana; Local de nidificação; Semiárido Nordestino


PÁGINAS: 160
GRANDE ÁREA: Ciências Agrárias
ÁREA: Medicina Veterinária
RESUMO:

As abelhas africanizadas (Apis mellifera L.) possuem elevado comportamento enxameatório e alta capacidade de adaptação, características que permitiram sua rápida propagação nas condições tropicais, no entanto, estas vem gerando problemas nas cidades brasileiras devido ao elevado risco de acidentes com pessoas e animais, uma vez que apresentam um forte instinto defensivo. Este trabalho foi realizado na Universidade Federal Rural do Semiárido - UFERSA em Mossoró, com a colaboração do CETAPIS-RN, Centro tecnológico de Apicultura e Meliponicultura do Rio Grande do Norte e teve como principal objetivo, avaliar as características de enxames silvestres de abelhas africanizadas em Mossoró/RN, com intuito de obter uma melhor compreensão da biologia dessas abelhas em áreas urbanas, entendendo os possíveis fatores envolvidos no processo de nidificação e enxameação nas cidades da região semiárida do Nordeste do Brasil. Para isso, por meio de uma parceria entre a UFERSA e a Corporação de Bombeiros Militar de Mossoró, 487 enxames foram notificados, oriundos de solicitações feitas pela comunidade local durante o período de abril de 2015 a maio de 2018. A cada ocorrência, diversas informações sobre os enxames eram registrados como: data, endereço, altura e estrutura do local onde as abelhas estavam alojadas, ocorrência ou não de nidificação, posição de construção dos favos, estimativa do tamanho populacional do enxame, defensividade das abelhas e presença de rainha, realeiras, zangões e cria de zangões. Dados de precipitação pluviométrica, temperatura do ar, umidade relativa do ar, radiação solar e velocidade do vento foram obtidos com intuito de avaliar o efeito das variáveis climáticas sobre a enxameação e os aspectos reprodutivos dos enxames. Foi encontrada correlação negativa estatisticamente significante (r= -0,864) entre a temperatura do ar e a ocorrência de enxames. Os enxames foram encontrados em enorme quantidade de estruturas (arvores, pneus, cumeeiras de casas, etc) em locais abertos, no período com maior disponibilidade de flores e temperatura amena. Os resultados obtidos neste trabalho mostraram que nas zonas
urbanas do semiárido nordestino, os enxames investem em reprodução e enxameação durante o ano inteiro, contudo, a criação de rainhas e de zangões é intensificada na estação chuvosa, enquanto o pico de enxameação ocorre entre o final da estação chuvosa e início da estação seca. A criação de realeiras e zangões nas colônias foram afetadas negativamente nos períodos de maior temperatura, radiação solar e velocidade do vento. Os enxames ocuparam uma enorme quantidade de estruturas e a maioria foram encontrados em locais abertos (enxame exposto), contudo, nos locais fechados (enxame protegido) houve maior predominância de colônias estabelecidas do que enxames não instalados ou provisórios. As abelhas demonstraram preferência por locais com altura menor que 4 metros e também priorizaram a construção de seus favos orientados direcionalmente no sentido leste/oeste. Em Mossoró-RN a maior frequência de enxames ocorre entre abril e setembro e a menor frequência entre outubro e março. Não houve diferença de frequência de enxames entre os períodos de chuvas e secas. Os enxames geralmente apresentavam-se com população de até 20 mil abelhas e com comportamento
de baixa defensividade. Concluímos que as produções naturais de rainhas e zangões nas colônias são influenciadas pelas condições ambientais do Semiárido Brasileiro e que as abelhas africanizadas realizam o pico de enxameação reprodutiva nas zonas urbanas no período do ano em que há maior disponibilidade de flores na região e quando a média de temperatura ambiental está amena. Isto nos leva crer que exista um ajuste comportamental das abelhas A. mellifera às condições climáticas da região, evitando condições adversas do clima local. Além disso constatamos que, apesar de serem generalistas, as abelhas africanizadas apresentam maior grau de exigência quando procuram um sítio para construção do ninho, ao invés de um local provisório apenas para pouso e descanso. Por outro lado, as abelhas escolhem alturas que as protejam dos ventos mais fortes, porém sem deixá-las vulneráveis à ação de inimigos naturais. Concluímos também que os enxames
pequenos de abelhas africanizadas (até 20 mil abelhas) são pouco defensivos e que esta baixa defensividade se deva também ao adequado manejo dos enxames (uso de equipamentos apícolas, EPI, fumegador) o que facilita o trabalho de resgate das abelhas em locais urbanos mais populosos, tornando possível realizar capturas em áreas urbanas de forma mais segura.


MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - 396341 - ALEXANDRE PAULA BRAGA
Externo à Instituição - DAVID DE JONG - USP
Interno - 2359110 - JEAN BERG ALVES DA SILVA
Presidente - 023.835.948-49 - LIONEL SEGUI GONCALVES - UFERSA
Interno - 2206331 - MOACIR FRANCO DE OLIVEIRA
Notícia cadastrada em: 11/03/2020 10:12
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