ATIVIDADE CICATRIZANTE DA PROPOLIS VERMELHA EM FERIDAS CIRURGICA DE GATAS SUBMETIDAS À OVARIOSSALPINGOHISTERECTOMIA.
Apis mellifera, flavonóides, antioxidante, cicatrização de feridas.
O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do extrato hidroetanólico de própolis vermelha, produzida pela Apis mellifera no semiárido, Brasil, na cicatrização de feridas cirúrgicas em gatas submetidos à ovarisalpingohisterectomia. Também avaliou-se a composição química, os efeitos citotóxicos e atividade antioxidante da própolis vermelha. O teor total de fenol foi determinado pelo método Folin Ciocalteu e flavonóide pelo método de espectrofotometria. A composição química do estrato foi realizada pelo método HPLC-DADESI-MS/MS. A atividade antioxidante foi avaliada pelo método DPPH (2,2-difenil-1-picrilidrazyl) e a citotoxicidade foi avaliada pelo método colorimétrico MTT utilizando fibroblastos L929 e queratinócitos HACAT expostos a diferentes concentrações de extrato de própolis vermelha (500, 250, 125, 62,5, 31,2 e 15,6 µg/mL) por 72 horas. O efeito cicatrizante do extrato foi avaliado em 60 gatos domésticos (Felis catus) distribuídos em três grupos: Grupo I (grupo teste) composto por 20 gatas submetidos a ovarisalpingofisterectomia tratados com aplicação tópica de 0,2 ml de 50 mg / ml (EEPV); Grupo II (grupo referência) com 20 gatas que também receberam aplicação tópica de 0,2 ml de solução comercial à base de rifamicina (Rifocina®), e Grupo III (grupo controle), também composto por 20 animais tratados com aplicação tópica de 0,2 ml de solução fisiológica NaCl 0,9%. As feridas cirúrgicas foram avaliadas quanto aos aspectos clínicos, macroscópicos e histológicos no 3º, 7º, 14º e 21º dias de pós-operatório. Sobre a composição química do extrato etanólico de própolis vermelha, ressalta-se que foram identificados 26 flavonóides, altos valores de fenois totais e alta atividade antioxidante. O extrato de própolis não teve efeito citotóxico em nenhuma das linhagens celular testadas. Foram observadas altas porcentagens de viabilidade celular, variando de 80,0% a 94,4% para fibroblastos L929 e 78,0% a 91,5% de ceratócitos (Hacat). A própolis vermelha exerceu influência positiva na cicatrização de feridas de gatas submetidos à ovarisalpingohisterectomia, pois promoveu resposta inflamatória menos intensa, fechamento rápido da ferida, deposição precoce de colágeno e reepitelização. Portanto, concluiu-se que o extrato etanólico da própolis vermelha não exerceu efeito citotóxico in vitro, apresentou altos teores de fenóis totais, diferentes tipos de flavanóides, elevada atividade antioxidante e promoveu a aceleração da cicatrização de feridas cirúrgicas.