POTENCIAL FOTOPROTETOR, GENOPROTETOR E ANTINEOPLÁSICO DA APITOXINA DA Apis mellifera DO RIO GRANDE DO NORTE, BRASIL.
Veneno abelha, nordeste-Brasil, Atividade antioxidante, Potencial fotoprotetor in vivo
Os produtos oriundos da colmeia têm oferecido importantes contribuições para a civilização humana e para economia, e dentre os produtos apícolas o veneno da abelha, também chamado de apitoxina, talvez seja o mais intrigante devido à suas propriedades curativas. Ele consiste em uma mistura bastante complexa, e dentre os seus componentes os que mais se destacam são a melitina e a fosfolipase A2, que representam juntas cerca de 75% do seu peso seco. Nesse estudo, as amostras de apitoxina da abelha Apis mellifera obtidas no semiárido do Rio Grande do Norte, foram quantificada quanto ao teor de fenóis totais e suas atividades biológicas in vitro foram investigadas, a saber: atividade antioxidante através da capacidade sequestrante do radical livre (DPPH); além do ensaio cometa em linhagens de fibroblastos normais L929 para avaliar o potencial genotóxico e genoprotetor da apitoxina e atividade antitumoral, através do método colorimétrico MTT. A atividade fotoprotetora in vivo também foi avaliada com gel a base de apitoxina a 2.5% e 5.0%. O efeito fotoprotetor do extrato foi avaliado in vivo em 16 ratos Wistar distribuídos em quatro grupos experimentais com 4 ratos em cada: Grupo 1 ( G1) composto por ratos no qual a pele da região dorsal não recebeu aplicação tópica do gel a base de apitoxina e não foi submetido à irradiação UVB; Grupo 2 ( G2) cuja a pele dos animais não foram submetidos a aplicação tópica do gel e foram irradiados e o Grupo 3 (G3), cuja a pele foi submetidos a aplicação tópica do gel a base de apitoxina a 2.5% e submetido à irradiação e o Grupo 4 (G4), no qual a pele foi submetidos a aplicação tópica do gel a base de apitoxina a 5.0% e submetido à irradiação. O teor de fenóis totais obtidos da amostra foram de 3,79 ± 0,3 mg/g (0,37± 0,33 %), apresentando alta capacidade antioxidante com percentual de 92,59 ± 0,48 %. Em relação ao seu potencial antitumoral, a apitoxina apresentou relevante atividade citotóxica contra as células de linhagens tumorais PC3 (carcinoma de próstata), HEPG2 (carcinoma hepatocelular), SNB19 (astrocitoma), fibroblastos normais L929 e MDA-MB435 (Melanoma), possuindo uma maior seletividade para as linhagens de HCT-116 e HL-60. Não foram observados efeitos genotóxicos da apitoxina nas concentrações de 500, 250 e 100μl/ml, sendo constatado o efeito genoprotetor, uma vez que, as médias dos danos promovidos ao DNA em células testadas foram significativamente inferiores à média do controle positivo (peróxido de hidrogênio). Foi evidenciado que o gel a base de apitoxina foi capaz de proteger a pele da irradiação UVB, uma vez que a pele dos animais dos G3 e G4 apresentaram padrão morfológico macroscópico e histológico semelhante ao G1, enquanto que na pele dos ratos do G2 foram observados no exame macroscópico áreas focais de queimadura e eritema, e no exame histológico necrose de queratinócitos, presença de células inflamatórias, mastócitos, congestão vascular, edema intersticial e dissociação das fibras colágenas. A alta atividade antioxidante evidenciada, associada à ausência citotoxicidade podem justificar o uso da apitoxina em formulações cosméticas fotoprotetora.