HELMINTOS MONOGENÉTICOS E AS TÁTICAS REPRODUTIVAS DA BIQUARA Haemulon plumierii (Lacepède, 1802)
Haemulidae, reprodução de peixes, influência parasitária, monogenéticos, peixes marinhos
Haemulon plumierii são peixes costeiros que habitam águas desde a Baía de Chesapeake, Golfo do México, Caribe e toda a costa do Brasil. Os peixes podem usar diferentes táticas reprodutivas em sua estratégia de vida para maximizar a reprodução e garantir a sobrevivência dos seus descendentes até a idade adulta. Porém estes são os vertebrados aquáticos que apresentam os maiores índices de parasitismo. O presente trabalho objetivou verificar se o ectoparasitismo por monogenéticos pode influenciar as táticas reprodutivas de Haemulon plumierii na região Sudoeste do Oceano Atlântico. Foram capturados 240 exemplares no período de Agosto de 2015 a Julho de 2016, com amplitudes de peso total entre 84,5 a 517,5g e comprimento total de 175 a 315mm. Os Monogenéticos parasitaram 106 peixes H. plumierii dos 240 examinados, sendo coletados 162 parasitos distribuídos em duas subclasses: Monopisthocotylea classificados na família Capsalidae nos gêneros Encotyllabe (75 nas brânquias e 9 no tegumento) e Entobdella (1 nas brânquias e 17 no tegumento); Polyopisthocotylea na família Diclidophoridae do gênero Choricotyle (51 nas brânquias e 9 no tegumento). Neste estudo foi identificado um novo hospedeiro para Encotyllabe sp. e Entobella hipoglossi, ocorrendo o primeiro registro de parasitos monogenéticos Capsalidae em H. plumierii e a primeira ocorrência do gênero Entobdella sp. na família Haemulidae. Também, o primeiro registro mundial do gênero Choricotyle sp. neste novo hospedeiro H. plumierii apresentando baixos índices ecológicos parasitários (prevalência, intensidade média, abundância média). Determinou-se que H. plumierii são estrategistas sazonais, os machos apresentaram maior comprimento, peso e número em relação as fêmeas, apesar de não haver diferenças significativas. A espécie H. plumierii apresentou crescimento do tipo alométrico negativo indicando um incremento corporal maior em comprimento do que em peso. Existem quatro estádios macroscópicos para o desenvolvimento gonadal de H. plumierii, entretanto dentre os animais capturados apenas três estádios de maturação foram identificados: em maturação, maduro e esvaziado, não ocorrendo os imaturos na costa marítima. A fecundidade absoluta média foi de 52.000 ovócitos, com uma desova do tipo sincrônico em dois grupos. O período reprodutivo de H. plumierii está compreendido entre Setembro e Junho, quando o IGS teve seus maiores valores, os picos de bem estar (K) foram registrados em Novembro para as fêmeas e em Fevereiro para os machos. O ciclo reprodutivo de H. plumierii ocorreu em três períodos, Setembro-Outubro, Março e Junho. Determinou-se que o parasitismo por Monogenéticos Monopisthocotylea e Polyopisthocotylea não causaram influencia na estratégia reprodutiva de H. plumierii.