Banca de QUALIFICAÇÃO: ALEXANDRE HENRIQUE CAVALCANTE DA COSTA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ALEXANDRE HENRIQUE CAVALCANTE DA COSTA
DATA: 30/04/2021
HORA: 14:30
LOCAL: Plataforma do Google Meet
TÍTULO:

INFLUÊNCIA DO OTIMISMO, EXCESSO DE CONFIANÇA E DA PERCEPÇÃO DE RISCO NAS TOMADAS DE DECISÃO NAS EMPRESAS NO CONTEXTO DA PANDEMIA DO COVID-19


PALAVRAS-CHAVES:

OTIMISMO. EXCESSO DE CONFIANÇA. PERCEPÇÃO DE RISCO. TOMADA DE DECISÃO EM AMBIENTES DE INCERTEZA. 


PÁGINAS: 30
GRANDE ÁREA: Ciências Sociais Aplicadas
ÁREA: Administração
RESUMO:

A tomada de decisão nas organizações é uma tarefa praticada diariamente pelos variados atores que a compõe, desde as mais simples as mais complexas, assim como são vários os fatores que podem influenciar essas decisões. Nos estudos sobre finanças, é evidente a evolução sobre o tema relacionado a tomada de decisão, em que duas correntes teóricas discutem a racionalidade perfeita e a racionalidade limitada do tomador de decisão, e são elas, respectivamente, a teoria clássica em finanças e a teoria das finanças comportamentais (IQUIAPAZA; AMARAL; BRESSAN, 2009). Para as Finanças Clássicas, a tomada de decisão decorre de um modelo prescritivo e determinístico, uma vez que se entende que as organizações estão em um contexto de mercados eficientes e os indivíduos agem de acordo com uma racionalidade perfeita. Para as Finanças Comportamentais, por outro lado, admite-se a existência de desvios de racionalidade, muitas vezes decorrente de heurísticas e vieses comportamentais dos indivíduos. Sob a ótica das Finanças Comportamentais, os cenários de incerteza compõem um contexto ainda mais desafiador para o estudo das decisões e comportamentos ante o risco, dado que o comportamento dos indivíduos sofre tais desvios em relação a um comportamento considerado como ideal pelas Finanças Clássicas.

O contexto das organizações antes da pandemia do COVID-19 já era considerado complexo e incerto: Os avanços tecnológicos, a concorrência globalizada, a maior exigência e as constantes mudanças nos hábitos dos consumidores são alguns dos motivos que vem aumentando a competitividade entre as organizações. As transformações nos ambientes organizacionais, necessitam de uma adaptação cada vez mais rápida, a fim de que se consiga manter a rentabilidade e continuidade dos negócios (Pradella, 2013). Os achados de Nobre (2018) indicam que fatores ligados ao contexto macroeconômico estão mais atrelados à decisão de desinvestir do que à decisão de investir, ressaltando que tais elementos afetam o contexto das organizações acrescentando complexidade ao contexto em que elas estão inseridas. A crise sanitária, uma situação inesperada, instaurada e rapidamente difundida no mundo, se insere como um destes fatores, acrescentando mais incerteza a este contexto. O contexto atual se trata de momento inédito na sociedade contemporânea, trazendo reflexos estruturais e desafiando indivíduos a tomarem decisões relacionada aos negócios de forma a tentar minimizar as perdas.

O conceito de incerteza já foi bastante discutido na literatura, principalmente relacionado com a diferenciação do seu significado com o de risco. Segundo Knight (1921), importante autor que tratou sobre este tema, a diferença entre risco e incerteza se dá sobre a possibilidade de se fazer estimativa de um evento ou não, sendo o risco quantificável e a incerteza não quantificável. Andrade (2011) discute o conceito de incerteza, dialogando a abordagem de autores clássicos, como Knigth, Keynes, Shackle e Davison, e que mesmo com algumas divergências, eles compartilham dessa diferença com o conceito de risco, relativo ao aspecto da mensurabilidade. De acordo com Andrade (2004) inicialmente é importante considerar que ambientes incertos transformam o conhecimento, deixando-o passível de falha e cheio de dúvidas.

A teoria clássica em finanças considerava que o homem tinha racionalidade perfeita, de forma que possuía conhecimento dos aspectos mais relevantes do ambiente ao qual estava inserido, ou no mínimo, da maior parte deles e de forma clara, e que com suas habilidades, era capaz de analisar todas as variáveis disponíveis e tomar as decisões de forma racional. Em contrapartida a ideia de racionalidade perfeita, Simon (1955) traz o conceito de racionalidade limitada, baseado em que mesmo de posse das informações, nem todas elas conseguem ser avaliadas, além da influência das experiências vividas por cada indivíduo e das incertezas nas condições ambientais as quais estão inseridos, não sendo possível saber como devem ou deveriam se comportar.

Os estudos sobre finanças passaram a se preocupar mais com os limites a racionalidade do homem, a complexidade dos ambientes na tomada de decisão e a incerteza envolvida nesse processo, sendo esses assuntos discutidos com mais frequência pelas finanças comportamentais (SIMON, 1956). Este campo de estudo, num contexto geral, faz parte da área de finanças, sendo que tem destaque a inclusão da variável do comportamento humano influenciando o processo decisório (MACEDO, 2016).

Os estudos sobre os fatores comportamentais importantes para a tomada de decisão, indicam que os agentes ao fazerem julgamentos, utilizam mecanismos cognitivos que auxiliam na redução do tempo e esforço necessários, agindo como atalhos mentais (TVERSKY; KAHNEMAN, 1974; MACEDO JR., 2003; TONETTO et al., 2006), e são chamados de heurísticas (STERNBERG, 2008).

Mesmo sendo associadas a limitações cognitivas, as heurísticas podem ser vistas como ferramentas importantes que auxiliam a tomada de decisão em ambientes e períodos incertos (MAITLAND E SAMMARTINO, 2015). Com muitos resultados positivos, o uso dessas ferramentas podem se tornar hábitos repetitivos (TONETTO et al., 2006) podendo, através da confiança nessas regras de julgamento, levar a vieses nas decisões (TVERSKY E KAHNEMAN, 1974).

Sobre os vieses comportamentais dos gestores que influenciam suas decisões, o otimismo está entre os mais estudados (HEIZER; RETTIG, 2020) e este viés aumenta a aceitação de risco de várias maneiras (KAHNEMAN; LOVALLO, 1993) fazendo com que os gestores acreditem mais na ocorrência de fatos favoráveis aos desfavoráveis no desempenho da empresa (HEATON, 2002).

Outro viés bastante estudado é o excesso de confiança, característica dos indivíduos que consideram suas habilidades acima da média e que suas informações são as melhores e mais confiáveis que das outras pessoas (HALFELD; TORRES, 2001). Podendo ser bastante perigoso, pois nem sempre os gestores detém todas as informações e não se sabe como estas são acolhidas por outras pessoas que fazem parte do mercado.

Outro fator que pode impactar o agente em suas decisões é a sua percepção de risco, característica peculiar a cada indivíduo que pode influenciar na forma de analisar certas situações e suas prováveis consequências (NOBRE, 2015). As características pessoais, vivências, assim como mesmo os vieses a que estão sujeitos os gestores, podem gerar influência sobre a sua percepção de risco, impactando assim no processo decisório.

Neste trabalho pretende-se estudar os vieses do otimismo e do excesso de confiança, assim como a percepção de risco dos gestores, e seu impacto nas decisões de investimento (desinvestimento) no negócio durante o período de incerteza instalado por conta da pandemia do COVID-19.

Baseado no que foi exposto, a pesquisa buscará responder ao seguinte questionamento: Qual o impacto do otimismo, excesso de confiança e da percepção de risco na decisão de iniciar, expandir, manter, reduzir ou encerrar o negócio no contexto da pandemia do COVID-19?


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 2015250 - FABIO CHAVES NOBRE
Presidente - 1668954 - LIANA HOLANDA NEPOMUCENO NOBRE
Externo à Instituição - LUCIANO LUIZ DALAZEN - NI
Notícia cadastrada em: 16/04/2021 19:47
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