Desaparecimento e morte de abelhas no Brasil, registrados no aplicativo Bee Alert
Morte massiva. CCD. Fipronil. Neonicotinóides. Apis mellifera. Tetragonisca angustula
Dois grandes problemas atuais da apicultura são, sem dúvida, a morte em massa e o desaparecimento ou CCD (Colony Collapse Disorder) de abelhas, que estão causando o declínio populacional mundial dessas espécies. Em março de 2014, uma pesquisa online foi lançada na internet com o objetivo de avaliar a evolução dessas ocorrências no Brasil. Os casos ocorridos entre 1º de janeiro de 2013 até 31 de dezembro de 2016 puderam ser
armazenados em um banco de dados eletrônico hospedado no website , bem como em aplicativos para smartphones e tablets, para que os colaboradores interessados fizessem seus registros. 247 participantes qualificados, confirmados e validados concluíram os questionários e foram aceitos para compor o banco de dados do aplicativo BEE ALERT nesse período. As análises mostraram que os agrotóxicos são os principais responsáveis
pelas mortes em massa e CCD no país. Os neonicotinóides e o fipronil lideram a lista dos agrotóxicos com 37,7% dos casos e o estado de São Paulo detém 47% dos registros de mortes e desaparecimento de colônias de abelhas no Brasil. Análises toxicológicas em amostras de abelhas mortas coletadas in loco mostraram que os neonicotinóides e o fipronil são amplamente utilizados em plantações de cana-de-açúcar e pomares de laranja no
noroeste de São Paulo e em todas as regiões agroindustriais do país. A abelha africanizada (Apis mellifera L.) e a abelha nativa jataí (Tetragonisca angustula) são as espécies mais prejudicadas.