MORFOFISIOLOGIA DE MUDAS DE MAMOREIRO MICORRIZADAS E IRRIGADAS COM ÁGUAS SALINAS.
Carica papaia L., salinidade, fungos micorrízicos arbusculares, endomicorrizas.
A irrigação de mudas de espécies frutíferas com água de baixa qualidade, sobretudo com elevados teores de sais, é uma realidade entre os produtores de mudas do semiárido brasileiro, sendo esta uma condição que impacta negativamente a qualidade das plantas em sua fase inicial de crescimento, fazendo-se necessário lançar mão de estratégias que viabilizem o uso destas águas sem contudo comprometer a qualidade das mudas. Neste sentido, o objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito da micorrização na morfofisiologia de mudas de mamoeiro, Carica papaia L., do Grupo Formosa, Híbrido Tainung Nº 1, submetidas à irrigação com águas salinas. A pesquisa foi conduzida no viveiro de mudas do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba, IFPB, Campus Sousa, no período de março a dezembro de 2018. O delineamento experimental utilizado foi em blocos completos casualizados, em arranjo fatorial 4 x 5, referente às espécies de fungos Gigaspora candida, Acaulospora scrobiculata, Dentiscutata heterogama e sem micorrizas e, aos níveis de salinidade em água, 0,0; 10,0; 20,0; 30,0 e 40,0 mmolc L-1, em quatro repetições. Os inóculos de fungos micorrízicos foram provenientes da coleção de culturas da Embrapa Agrobiologia, Seropédica-RJ. A inoculação se deu no momento da semeadura, utilizando uma mistura de solo contendo esporos, hifas e raízes colonizadas, com os fungos das espécie micorrízicas estudadas. As irrigações, com águas salinas, foram realizadas diariamente, de modo a deixar o solo com a umidade próxima à capacidade máxima de retenção, com base no método das pesagens, sendo aplicada a fração de lixiviação de 20%, semanalmente. As características avaliadas foram: percentagem de colonização micorrízica, conteúdo relativo de água, déficit de saturação hídrica, dano de membrana, pigmentos fotossintéticos, área foliar, índices fisiológicos, biometria, acúmulo de massa de matéria seca na raiz, caule, folha e total, acúmulo dos macronutrientes nitrogênio, fósforo, potássio e cálcio e dos íon sódio e cloreto, no tecido foliar. Com base nos resultados constatou-se que as espécies de micorrizas atenuaram os efeitos danosos da salinidade nos componentes morfofisiológicos das mudas de mamoeiros, contudo o efeito foi variável em função da espécie e do nível de salinidade estudado. Maior percentagem de colonização micorrízica foi evidenciada pela espécie Dentiscutata heterogama, independentemente da concentração de sal, porém evidenciou-se que a taxa de infecção micorrízica diminuiu com incremento da salinidade, para as três espécies fúngicas. Melhorias no conteúdo relativo de água, na concentração de pigmentos fotossintéticos, índices fisiológicos, acúmulo de biomassa, crescimento e concentração de nutrientes foram evidenciados em mudas de mamoeiro micorrizadas para todas as concentrações de sais em água de irrigação. Um acúmulo na biomassa total de 2,01 g planta-1 foi proporcionado pela espécie D. heterogama, em função do nível mais alto de salinidade, sendo este valor 93,5% superior ao acumulado por plantas não micorrizadas nesta mesma condição salina. A concentração de 40 mmolc L-1 de sais reduziu o crescimento em altura das mudas de mamoeiro em comparação com as menores concentrações, para todos os tratamentos micorrízicos, porém a espécie D. heterogama possibilitou uma altura de 18,82 cm, a qual foi significativamente (p