I - POTENCIAL HÍDRICO E TROCAS GASOSAS DE MUDAS DE FIGUEIRA (Ficus carica L.) IRRIGADAS COM ÁGUA SALINA NO SEMIÁRIDO II - CRESCIMENTO DE MUDAS DE FIGO (Ficus carica L.) IRRIGADAS COM ÁGUA SALINA NO SEMIÁRIDO.
Figo. Estresse salino. Fotossíntese. Potencial Hídrico. Crescimento.
I - Os processos de troca de gases entre as plantas e a atmosfera podem ser alterados por estresses abióticos. A salinidade é um estresse que pode afetar negativamente o potencial hídrico do solo, a absorção de água pelas plantas, os processos de trocas gasosas, e a fotossíntese. O objetivo do trabalho foi avaliar o potencial hídrico e as trocas gasosas de mudas de figueira irrigadas com água salina no semiárido. O experimento foi conduzido em viveiro de mudas no semiárido do Rio Grande do Norte, utilizando-se o delineamento experimental inteiramente casualizado, com doze repetições. Foram avaliados cinco níveis de salinidade na água de irrigação (0,5; 1,5; 3,0; 4,5 e 6,0 dS.m-1) de mudas de figo. Aos 77 dias de irrigação salina foi avaliado o potencial hídrico antes do nascer do sol e ao meio dia, a fotossíntese, a condutância estomática, a transpiração, a concentração interna de CO2 e a curva diária de transpiração. Os dados foram submetidos ao teste F e a análise de regressão. Ocorreu a redução da taxa de fotossíntese, da condutância estomática, da taxa de transpiração e da concentração interna de CO2 com o aumento da salinidade. A salinidade ocasionou o fechamento estomático que desencadeou uma redução na transpiração diária. Com o fechamento dos estômatos as mudas não captaram o CO2 necessário para produção de fotoassimilados e a manutenção satisfatória das trocas gasosas foi comprometida. A salinidade afetou negativamente as trocas gasosas de mudas de figo.
II - A salinidade é um fator de estresse que altera o crescimento e o desenvolvimento dos vegetais limitando a produção vegetal. O objetivo deste trabalho foi avaliar o crescimento de mudas de figueira irrigadas com água salina no semiárido. O experimento foi conduzido em viveiro de mudas no semiárido do Rio Grande do Norte, utilizando-se o delineamento experimental inteiramente casualizado, com doze repetições. As mudas foram submetidas a níveis crescentes de salinidade, utilizando-se água de irrigação com condutividade elétrica (CEa) de 0,5 (controle); 1,5; 3,0; 4,5 e 6,0 dS.m-1. Aos 80 dias de irrigação salina foram coletadas quatro plantas por tratamento e avaliados o número de folhas, a área foliar, o comprimento da parte aérea, e o diâmetro do caule. Em seguida as plantas foram fracionadas para determinação das massas secas de suas partes (raízes, caule, folhas e total). Também foram selecionadas folhas de quatro plantas por tratamentos e levadas para análise microscópica em microscópio eletrônico de varredura, para determinar o número de estômatos, comprimento longitudinal e transversal dos estômatos, e número e tamanhos dos tricomas de ambas as faces da folha. Os dados foram submetidos a teste F e a análise de regressão. A salinidade reduziu o número de folhas e área foliar, bem como o comprimento e o diâmetro do caule. Houve também a diminuição de todas as biomassas (raiz, caule, folha e total) com o incremento da salinidade. Na face adaxial da folha, não foram encontrados estômatos e o número e tamanho dos tricomas não foram afetados pela salinidade. Na face abaxial ocorreu à redução da densidade estomática, do tamanho dos estômatos (menor diâmetro longitudinal e transversal) e do número e comprimento dos tricomas, com o incremento da salinidade. A salinidade afetou negativamente o crescimento e desenvolvimento de mudas de figo no semiárido.