INFLUÊNCIA DOS FATORES ESPACIAIS E AMBIENTAIS NA ESTRUTURA DA METACOMUNIDADE DO ZOOPLÂNCTON EM UM RIO INTERMITENTE
Zooplâncton, turnover, aninhamento, composição de espécies, condições ambientais.
β-Diversidade pode ser definida como uma medida de diferença na composição de espécies entre dois ou mais habitats ou locais dentro de uma região, podendo ser dividida em dois componentes: Aninhamento e Turnover. Ao passo que identificamos os mecanismos que conduzem uma variação dentro e entre as comunidades locais, passamos a compreender o papel dos processos ambientais e espaciais que operam em múltiplas escalas para moldar a composição das comunidades locais. O objetivo deste trabalho foi investigar os padrões espaciais da diversidade beta na metacomunidade zooplânctonica em um rio intermitente localizado na região semiárida brasileira, durante o período chuvoso. Foram amostrados 676 indivíduos representados a 46 táxons pertencentes aos grupos Rotíferos e Cladóceros. Os rotíferos apresentaram maior riqueza (38 táxons) e abundância de espécies, com noventa por cento do total de indivíduos. Os resultados mostraram altos valores de β-diversidade taxonômica, e, o turnover foi mais importante (76,3% de variação) do que Aninhamento. Processos ambientais e espaciais de fina escala apresentaram influência significativa na distribuição das espécies zooplanctônicas, entretanto as maiores explicações foram apresentadas pelas condições ambientais (10.9%). Dentre as variáveis físico-químicas, a velocidade da correnteza foi a que apresentou relação significativa com a variação de espécies. Os valores de β diversidade refletem quase que inteiramente o padrão do turnover de espécies, ao passo que a estrutura da metacomunidade zooplanctônica veio a ser dirigida principalmente por processos ambientais. O estudo reforça a importância de medidas de conservação em todos os compartimentos dos rios intermitentes.