Banca de DEFESA: JOANALYCE NATHÁLIA DE LIMA LUZ

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : JOANALYCE NATHÁLIA DE LIMA LUZ
DATA : 14/07/2025
HORA: 09:00
LOCAL: Sala solicitada Proppg
TÍTULO:

EM CURVAS: ATOS DE ESCRITA DE MULHERES E SUAS RESSONÂNCIAS


PALAVRAS-CHAVES:

Atos de escrita. Mulheres. Ressonâncias


PÁGINAS: 135
RESUMO:

O presente estudo se propôs a investigar os processos dinâmicos em uma experiência de escrita de
mulheres, partindo do percurso e interesse da pesquisadora em analisar as relações entre o ato de
escrever e os atravessamentos da cultura. A esse contexto, tais práticas são endereçadas a um lugar
fundante capaz de evocar elucubrações singulares, ao passo em que se oportuniza produções
subjetivas às escreventes. Alicerçando-se, desse modo, em uma diversidade de fontes teóricas na
composição de seu mapeamento, mediante a contribuição de autores e autoras referências nesta área,
mas instituindo a importância de observar fenômenos-vivos a partir de processos experienciais. Nessa
intenção, a construção/invenção de um atelier de escrita de mulheres surgiu como caminho possível
para as investigações, percorrendo as sutilezas que só a arte dos encontros pode proporcionar aos
sujeitos, ao auxiliá-los na constituição — e no confronto — de suas marcas, de seus traços, de seus
corpos. A escrita se apresenta, nesse trajeto, enquanto movimento, um movimento de ação, elucidando
a questão que enraíza a pesquisa, uma vez que esta busca compreender como ressoam os atos de
escrita de mulheres em meio ao campo sócio-histórico-cultural que tanto as desatina, as embaraça.
Tratando-se, a esse rigor, de um estudo de natureza qualitativa e que concerne em suas bordas as
pistas dos métodos etnográficos-cartográficos, ao se propor a um trabalho com as mulheres e suas
escritas-atos, a maneira em que lança mão de procedimentos estruturantes, abrindo portas para a
criatividade e seus deslocamentos inventivos. O atelier configurou o campo empírico da pesquisa,
ambiente sensível no qual mulheres experienciam percursos inventivos de escrita que possibilitam
processos de atenção a si presentes na construção do devir consciente. O desafio da pesquisa foi

investigar a experiência humana em ato, e não apenas os conteúdos da experiência do atelier. O devir-
consciente é processo de um entendimento alçado à invenção, um ato de tornar explícito, claro e

intuitivo algo que nos habita como mulheres de modo pré-reflexivo, opaco e afetivo. Trata-se de
conhecer a experiência de mulheres nos atos de escrita e na reflexão coletiva sobre a experiência em
seu caráter de atividade, de prática, ressaltando em seu caráter mutável e fluido, as ressonâncias. A
tecitura se deu, portanto, no embarque inaugural de novas produções que se aproximaram intimamente
de novos viveres e na construção constante do conhecer a partir das práticas de escrita que são
alçadas às produções de si e do outro. Pudemos compreender que, no pulsar coletivo do atelier, os atos
de escrita de mulheres revelaram-se mais do que produções textuais, foram movimentos de reinscrição
de si, espaços que consolidaram uma retomada simbólica da letra, da voz, da imagem e da escuta. Ao
longo do estudo, aflorou não apenas a potência singular de cada escrevente, mas a força ressonante de
uma escrita que se constrói em rede, atravessada por memórias, silenciamentos e retomadas. As
produções, ainda que diversas em forma e conteúdo, partilhavam uma ética do cuidado e da
reconstrução, apontando que escrever, para estas mulheres, não era apenas um fim, mas uma prática de
existência, elaboração e reconhecimento. O fazer-se [em escrita] inaugurou territórios, deslocando o
atelier do campo da criação isolada para o da afetação mútua e da reconstrução subjetiva.


MEMBROS DA BANCA:
Interna - ***.929.320-** - CLÁUDIA RODRIGUES DE FREITAS - UFRGS
Presidente - 1670040 - KARLA ROSANE DO AMARAL DEMOLY
Externa à Instituição - VIRGÍNIA MARIA SCHABBACH
Notícia cadastrada em: 16/06/2025 18:51
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