AGRICULTURA CAMPONESA DOS POVOS TRADICIONAIS NA COMUNIDADE QUILOMBOLA DO SÍTIO PÊGA, PORTALEGRE-RN.
Agricultura tradicional; Povos tradicionais; Cultura; Campesinato.
As Comunidades Quilombolas representam a concretização das lutas travadas pelos antepassados da população negra no Brasil. A inserção dos quilombolas como atores sociais no meio rural é relativamente recente, e esta dissertação se propõe a discutir as aproximações desse grupo com a categoria da agricultura camponesa. O estudo busca entender como esses atores sociais se articulam para identificar e reconhecer suas potencialidades e a coesão comunitária necessária para enfrentar os desafios de uma estrutura social que, frequentemente, não implementa plenamente as leis decretadas em favor dos povos tradicionais, considerando sua história e cultura. O objetivo principal desta pesquisa é analisar e documentar as práticas de agricultura camponesa na Comunidade Quilombola do Sítio Pêga, em Portalegre/RN, destacando como essas práticas se integram às tradições culturais e à identidade coletiva dos povos tradicionais da região. Portalegre, situada no Alto Oeste do estado do Rio Grande do Norte, no Polo Serrano, abriga quatro comunidades quilombolas: Pêga, Arrojado, Sobrado e Laje. Este estudo, no entanto, foca exclusivamente na comunidade de Sítio Pêga. A investigação centra-se nas práticas agrícolas da comunidade quilombola do Sítio Pêga, onde os conhecimentos agrícolas são transmitidos de geração em geração. Esses conhecimentos incluem métodos específicos de manejo do solo e cultivo de plantas, que estão profundamente enraizados na história e nas tradições culturais da comunidade. A pesquisa busca também descrever como essas práticas não só contribuem para a preservação do conhecimento ancestral, mas também trazem à tona a história dos povos quilombolas, frequentemente marginalizados por suas formas de viver. Além disso, está dissertação busca ser uma ferramenta contra-hegemônica que ilumine a diversidade de atores sociais e suas realidades, muitas vezes obscurecidas pela hegemonia cultural e social. Ao documentar e analisar essas práticas agrícolas e culturais, o estudo pretende dar visibilidade às histórias e experiências dos povos quilombolas, contribuindo para um acervo de conhecimento mais inclusivo e representativo.