GÊNERO E SAÚDE MENTAL NA EXPERIÊNCIA DE SERVIDORAS TÉCNICO-ADMINISTRATIVAS DA UNIVERSIDADE: um olhar na perspectiva da biologia do conhecer.
Gênero. Saúde Mental. Biologia do Conhecer. Servidoras Técnico-Administrativas. Universidade.
A pesquisa discute gênero e saúde mental na Universidade perpassando pelo eixo
cognição, tecnologias e instituições. Buscamos compreender as experiências que se
relacionam com as inquietudes e emoções vividas no cotidiano das servidoras técnico-
administrativas na universidade. O trabalho trouxe uma reflexão transdisciplinar que é
possível no pensar sistêmico, ontológico e constitutivo do devir mulher que trabalha
em uma dimensão da educação superior. Acolhemos a liberdade reflexiva e a
autonomia como exercício da autoria da pesquisadora diante da vida que acredita e
busca fortalecer. Conhecer e viver se entrelaçam neste trabalho, assim como as
formas da existência, da experiência e os movimentos de transformação da autora,
que se encoraja para compor uma pesquisa que contemplou a Biologia do Conhecer
- e do Amar - e a experiência de servidoras técnico-administrativas na universidade.
Deste modo, construímos esta dissertação a partir da pergunta “Como ocorrem as
transformações cognitivas referidas à gênero e ao cuidado em saúde mental na
experiência de servidoras técnico-administrativas da UFERSA?”. A rede teórica
principal para sustentar a escrita contou com Humberto Maturana, com os conceitos -
redes de conversações e o questionamento sobre amar e cuidar em contraposição ao
competir; Nise da Silveira, com o conceito de afeto catalisador e seu entendimento
sobre a promoção da saúde mental; e Flávia Biroli, pesquisadora que se dedica a
refletir sobre gênero, bem como outros estudiosos que se preocupam em entender os
modos de viver no contexto de instituições universitárias. Este estudo se define como
pesquisa de mestrado de natureza qualitativa e foi escrito em primeira pessoa -
acolhendo a presença do/a observador/a como responsável pelas explicações que faz
no trabalho de pesquisa. Foi realizado com as mulheres servidoras técnico-
administrativas da Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA, lotadas no
Campus Sede, em Mossoró-RN e, ainda, com mulheres que já ocuparam, enquanto
servidoras, cargos ou funções de gestão no referido Campus. Propomos criar
estratégias metodológicas que favoreceram a escuta livre e sensível das suas
experiências referidas a gênero, trabalho, saúde mental e o viver cotidiano na
universidade. Atentamos, mediante um cuidadoso trabalho orientado pelas pistas da
cartografia, para marcadores que emergem das autonarrativas que foram tecidas em
encontros e conversações, de modo a observar e refletir sobre as coordenações de
condutas que visibilizam – emoções, linguagem, experiência - das participantes da
pesquisa, ampliando nosso entendimento sobre o tema em estudo. Tais marcadores
foram indicados na reflexão sobre: as perguntas que as servidoras se colocam e
expressam, as inquietações e as emoções manifestas e as ações referidas aos
estados de saúde mental que foram trazidas pelas participantes. Esperamos, com o
desenvolvimento da pesquisa proposta, possibilitar que a comunidade acadêmica e
científica, percebam, a partir dos conhecimentos construídos, a importância do
cuidado em saúde mental e da equidade de gênero na Universidade. Almejamos,
também, publicar artigos científicos em periódicos de alto impacto e trabalhos
completos em anais de eventos acadêmicos potentes; além da promoção de redes de
cuidado e cooperação, rodas de conversa, entre outros, que contribuam
significativamente na educação superior, instituição muito importante em nossa
sociedade.