AS EMOÇÕES DE LIDAR COM O ENVELHECER E A LONGEVIDADE NA SAÚDE MENTAL
Envelhecer. Longevidade. Oficinas. Saúde Mental.
Este trabalho surge de dentro do programa Oficinando em Rede da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Mossoró/RN que se dedica no estudo sobre percursos de cura do sofrimento psíquico nas ações que integram diferentes linguagens como modo de livre expressão: artes - teatro e pintura, cenopoesia, jogos e tecnologias informáticas. Nessa dissertação, buscamos ampliar o entendimento sobre os percursos do envelhecimento e da longevidade no contexto de clientes atendidos em um Centro de Atenção Psicossocial de Mossoró. A pesquisa que realizamos parte da pergunta seguinte: Como lidamos com o envelhecer e a longevidade nas circunstâncias em que buscamos o cuidado e a promoção da saúde mental?. Temos atualmente um aumento significativo nos índices que tratam da expectativa de vida da população e o crescimento da população idosa no mundo, no Brasil e em Mossoró que vem acompanhada do aumento de pedidos para atendimento nos Centros de Atenção Psicossocial. Neste cenário, sabemos que estamos a interagir com redes sócio-técnicas envolvidas nas políticas sociais dirigidas ao idoso: direitos sociais, como aposentadoria, proteção, serviços; proposições e serviços que se modificam nas áreas da saúde, da cultura, da educação, entre outros. Na presente pesquisa, enfatizamos a necessária ampliação do nosso entendimento sobre como acontece a promoção da saúde mental no percurso do envelhecer e da busca por longevidade, pois a presença ou ausência de cuidados nas dimensões psíquica e coletiva que constituem o viver humano interagem com as redes que se transformam e que podem afetar modos de viver. Como rede teórica para a construção do entendimento sobre os movimentos da cognição que se apresentam como modos de lidar com o envelhecimento e a longevidade, buscamos apoio nos estudos de Francisco Varela e Humberto Maturana (1995, 2001) e as explicações que estes brilhantes biólogos nos aportam sobre a conservação da vida e sobre os processos de conhecer. A metodologia que adotamos na pesquisa é qualitativa, na forma da pesquisa intervenção que coloca em primeiro plano as relações em um fazer compartilhado, experiência de uma ciência que se faz com os outros. Os sujeitos participantes foram cinco clientes de um dos Centros de Atenção Psicossocial de Mossoró/RN, o CAPS II: Enfermeira Mariana Neumam Vidal da Costa que integram o trabalho em andamento no programa Oficinando em Rede de Mossoró. Nosso percurso metodológico se deu a partir de duas etapas. Na primeira me integrei as oficinas do Programa Oficinando em Rede e nas reuniões de planejamento e nesse período pude observar a experiência do envelhecer dos sujeitos da pesquisa no coletivo. Na segunda etapa, realizamos oficinas apenas com sujeitos/participantes que experienciaram a circunstância do envelhecer em sua vida, essa compreensão se deu de forma mais atenta e profunda de cada sujeito, a partir de oficinas e encontros online. A cenopoesia, como articulação de múltiplas linguagens e modo de livre expressão dos repertórios humanos presentes nas oficinas, possibilitaram uma construção coletiva e a observação de produções nas quais cada participante atualiza seus modos de lidar e compreender o envelhecer e a longevidade. Como resultado desta pesquisa pudemos observar e compreender os modos de lidar de cada sujeito com a saúde mental em seus percursos de envelhecimento e longevidade. No percurso pudemos distinguir algumas mudanças de coordenações de ações na linguagem e no emocionar.