QUALIDADE DE VIDA E BEM-ESTAR PSICOLÓGICO ENTRE GESTANTES DE RISCO HABITUAL ACOMPANHADAS NAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE MOSSORÓ/RN.
Gravidez. Qualidade de vida. Bem-estar Psicológico. Atenção Básica.
Trata-se de um estudo descritivo, transversal, com uma abordagem quantitativa que se
propôs a avaliar a qualidade de vida das gestantes e o seu bem-estar psicológico,
considerando suas vulnerabilidades e, mais ainda, potencialidades, com vistas a
possibilitar a oferta de uma assistência durante o ciclo gravídico mais eficaz, atuando
diretamente em suas necessidades e investindo em sua capacidade e controle sobre
sua vida e o que está em sua volta. A pesquisa foi desenvolvida nas Unidades Básicas
de Saúde localizadas na zona urbana do município de Mossoró/RN com 135 gestantes
de risco habitual em acompanhamento pré-natal. Os dados foram obtidos através da
aplicação de três instrumentos: Questionário socioeconômico e histórico clínicoobstétrico,
Índice de Qualidade de Vida (IQV) de Ferrans & Powers e Escala de Bem-
Estar Psicológico (EBEP), após aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa sob o
parecer nº 2.893.813 CAAE: 96006518.0.0000.5294 e a análise estatística dos dados
foi realizada por meio do programa JASP versão 0.10.2. A partir dos resultados é
possível inferir que o perfil sociodemográfico e clínico-obstétrico, é predominantemente
composto por gestantes casadas ou em união estável (73,3%), com escolaridade no
nível médio (57%), pardas (57,8%), que não trabalham ou cuidam do lar (61,5%),
possuem religião (72,6%), possuem renda entre 1 e 3 salários (74,1%), estavam no 3º
trimestre gestacional (45,9%), primigestas (42,2%), nulíparas (78,5%) e não possuem
histórico patológico (83,7%). No que diz respeito a relação entre as variáveis
socioeconômicas e as dimensões do IQV e EBEP, há diferenças estatísticas em
algumas situações. O domínio Socioeconômico do IQV apresentou relação com a
maioria das variáveis – grau de escolaridade, estado civil, religião e renda familiar – e
na EBEP, o domínio mais associado às variáveis, foi Autonomia. Todas as variáveis
demonstraram de uma a três relações com alguma dimensão do IQV e da EBEP, sendo
que essas relações ocorreram mais frequentemente no índice de qualidade de vida,
apesar desse índice ser constituído por apenas 4 dimensões, enquanto o EBEP abarca
6 dimensões. Nas informações acerca das variáveis clínico-obstétricas, percebe-se o
domínio Família do IQV, como sendo o que mais apresentou diferenças estatísticas,
seguido dos domínios Saúde/Funcionamento e Psicológico/Espiritual, cabe ressaltar
que não foram verificadas diferenças estatísticas nesses domínios no perfil
sociodemográfico, mas ganhou visibilidade, quando relacionados ao perfil clínico
obstétrico. Na EBEP, os domínios Autoaceitação e Autonomia foram os que
apresentaram resultados mais significativos, essa significância foi verificada também no
perfil sociodemográfico. Diante disso, compreende-se que realizar um estudo sobre a
avaliação da qualidade de vida e o bem-estar psicológico de gestantes, é relevante para
auxiliar no direcionamento e análise das ações de promoção à saúde, melhorando a
assistência ofertadas a esse público nos serviços de saúde.