INTERAÇÕES ECOLÓGICAS ENTRE DUAS ESPÉCIES DE MACRÓFITAS AQUÁTICAS SUBMERSAS E A CIANOBACTÉRIA Microcystis aeruginosa
Estados alternativos. Eutrofização. Florações de cianobactérias.
A elevada frequência e o esperado aumento de florações de cianobactérias nos próximos anos em reservatórios do semiárido brasileiro é devido a ocorrência de eutrofização antrópica e às mudanças climáticas característica dessa região. O objetivo geral desse trabalho foi avaliar experimentalmente se as macrófitas aquáticas submersas, Egeria densa Planch e Ceratophyllum demersum L. limitam o crescimento da cepa tóxica da cianobactéria Microcystis aeruginosa, produtora de microcistina. Ramos jovens e apicais de Egeria densa e Ceratophyllum demersum foram coletados no reservatório de Santa Cruz, localizado no município de Apodi, Estado do Rio Grande do Norte. Os cultivos foram realizados oito dias antes do início dos experimentos, para aclimatação dos vegetais, foram cultivados em unidades experimentais retangulares contendo 2L de solução nutritiva modificada e proposta por Hoagland & Arnon, diluída a 10%. As culturas de M. aeruginosa foram mantidas em frascos Erlenmayer de 250 mL e 150 mL em solução nutritiva de Hoagland & Arnon, diluída a 10%. Foram determinados sete tratamentos com cinco réplicas cada. Os tratamentos foram montados a fim de expor a cepa de M. aeruginosa à diferentes biomassas de macrófitas aquáticas. Os controles negativos foram realizados utilizando plantas artificiais, com o intuito de verificar se essas plantas causam interferência no crescimento das cianobactérias por meio do sombreamento. Cada experimento teve duração de 15 dias, as amostras foram coletadas para quantificar a biomassa das cianobactérias a cada três dias: 0, 3, 6, 9, 12 e 15. A densidade celular de M. aeruginosa foi inibida a partir do terceiro dia de convivência com ambas as macrófitas aquáticas, em todas as densidades, até o final dos experimentos, atingindo uma densidade celular zero a partir do sexto dia. Nos tratamentos com a planta artificial, independentemente da quantidade utilizada, a densidade celular aumentou acentuadamente até o 12° dia de experimento. Esses resultados, eram esperados, visto que, dois fatores principais poderiam influenciar no crescimento das cianobactérias, luz e o potencial alelopáticos das macrófitas. Nossos resultados mostraram que, ambas as espécies de macrófitas aquáticas utilizadas nesse estudo, comprometeram o crescimento de M. aeruginosa logo nos primeiros dias de experimento. Nos tratamentos com macrófitas também ocorreu diminuição das concentrações de ortofosfato, fósforo total e amônia.