FILMES DE CARRAGENINA, CERA DE ABELHA E TIO2: PREPARAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO NA CONSERVAÇÃO DE PINHAS (Annona squamosa)
nanopartículas; revestimentos; ata; fotocatálise; dióxido de titânio
A pinha (Annona squamosa) é uma fruta com propriedades medicinais e nutricionais, com componentes bioativos, como vitaminas, minerais, compostos fenólicos, antocianinas e outros, apresenta aroma e sabor peculiar, bem como vida útil pós-colheita curta, devido ao seu rápido processo de amadurecimento, o que é importante o emprego de tecnologia apropriada para viabilizar a comercialização a mercados mais longínquos. O objetivo deste trabalho foi desenvolver uma embalagem utilizando carragenina, cera de abelha e dióxido de titânio para prolongar o tempo de conservação das pinhas, utilizando luz ultravioleta, para manter sua qualidade. Na primeira etapa foram realizadas nove formulações de filmes (com adição de cinco repetições no ponto central) conforme um planejamento central composto com dois fatores (percentuais de cera de abelha e dióxido de titânio adicionados ao filme). A metodologia de superfície de resposta foi utilizada para determinar a influência das concentrações nas propriedades físico-químicas, ópticas e mecânicas dos filmes. Os melhores resultados dos filmes nas propriedades de barreira foram os filmes 6 e 7 com 10,36 ± 1,37 g.mm/h.kPa.m² e 11,38 ± 0,41 g.mm/h.kPa.m² para PVA, respectivamente, para solubilidade os filmes 2 e 7 com 55,76 ± 3,84 % e 56,18 ± 1,95 %, respectivamente e para densidade os filmes 8 e 1 com 0,145 ± 0,006 e 0,112 ± 0,002, respectivamente. Para as propriedades ópticas, os filmes 3 e 7 tiveram o maior pico de absorção entre os rangos 200 nm - 300 nm com uma opacidade de 7,32 ± 1,97 e 13,90 ± 1,36, com um valor de L*, a* e b* de 80,1 ± 0,2, 5,4 ± 0,1, 13,2 ± 0,3 e 79,6±0,45, 5,2 ± 0,2, 13,6 ± 0,5, respectivamente. Nas propriedades mecânicas, para a resistência à tração foram os filmes 8 e 4, com 27,99 ± 0,79 MPa e 18,90 ± 1,96 MPa, respectivamente, para alongamento na ruptura foram os filmes 2 e 7 com 12,79 ± 0,99 % e 10,18 ± 1,24 %, respectivamente, e módulo de young os filmes 7 e 2 com 56,84 ± 14,98 MPa e 67,95 ± 10,15 MPa, respectivamente. Sendo que, mais de um filme teve os melhores resultados, decidiu-se escolher uma concentração média de cera de abelha e TiO2 que englobe os melhores resultados das três propriedades, considerando-se principalmente os resultados da propriedade de barreira do PVA para diminuir a perda de água da pinha, para poder usá-lo como revestimento. As seguintes formulações de filmes foram selecionadas: T1: Cera de abelha (0%) com TiO2 (1,52%); T2: Cera de abelha (27,3%) com TiO2 (1,52%) e T0: controle (sem recobrimento). A segunda etapa constou do revestimento das pinhas e avaliação das características físico-químicas e sensoriais por intervalo de tempo de 12 dias sob refrigeração na presença e ausência de luz ultravioleta a 15 ± 1 °C e 80 ± 1 % UR. Foi utilizado um delineamento fatorial de dois fatores, com três repetições por tratamento com três frutos por repetição para avaliar a taxa de respiração, e três repetições por tratamento com dois frutos por repetição no caso das demais avaliações. Observou-se para a qualidade pós-colheita, que o revestimento com 1,52 % TiO2, (T1) com presença de luz UV, propiciou maior atraso na respiração dos frutos por até o 5° dia e manteve as qualidades físico químicas e a aparência externa e interna por nove dias durante o armazenamento a 15 ± 1 °C e 80 ± 1 % UR. Conclui-se que o uso da mistura de carragenina e TiO2 na presença de luz UV pode ser utilizada no futuro como recobrimento comestível na conservação de pinhas.