SOBREPOSIÇÃO DE NICHO POLÍNICO ENTRE AS ESPÉCIES Apis mellifera e Melipona subnitida EM ÁREA DE CAATINGA, MOSSORÓ, RIO GRANDE DO NORTE, BRASIL.
Apicultura e Meliponicultura; Caatinga; Pasto Apícola; Morfologia do Pólen; interação planta-abelhas.
O Brasil abriga uma das maiores biodiversidades do planeta, onde as abelhas desempenham um papel vital na manutenção dessa diversidade, principalmente através da polinização de plantas nativas e culturas agrícolas. O Nordeste brasileiro, particularmente a Caatinga, tem se destacado no cenário apícola nacional, com a produção de mel crescendo significativamente nos últimos anos. Em 2022, essa região se consolidou como a maior produtora de mel do país, beneficiada pela diversidade florística e pelas condições edafoclimáticas favoráveis do bioma. Neste contexto, a Melipona subnitida (Jandaíra), uma abelha sem ferrão nativa da Caatinga, e a espécie introduzida Apis mellifera L. (Africanizada) merecem destaque por sua adaptação ao ambiente do semiárido e pela sua importância econômica e ecológica para o povo do Rio Grande do Norte. Apesar de serem nas maiorias das vezes atividades ainda consideradas secundária. A criação de Apis mellifera e Melipona subnitida gera renda para as famílias de apicultores e meliponicultores da região. Nesse sentido, o estudo tem como objetivo avaliar a sobreposição de nicho polínico entre Apis mellifera e Melipona subnitida na Caatinga, analisando quais os recursos florais compartilhados e verificando se essa competição afeta o desenvolvimento das crias da abelha nativa. A pesquisa está sendo conduzida no período de dez meses (março a dezembro de 2024) na Fazenda Experimental e no Meliponário Paulo Menezes ambos da UFERSA/Mossoró, onde vem sendo realizadas coletas mensais de pólen externo e interno da Melípona subnitida (jandaira) e Apis mellifera L (Africanizada), para identificação da origem botânica e avaliar a sobreposição dos nichos polínicos. A metodologia inclui a seleção de cinco (05) Colônias de Apis mellifera em colmeia do tipo Langstroth e Cinco (05) caixas do tipo nordestina de Melipona subnitida. Para a coleta do pólen da Apis coletores do tipo frontal foram instalados, a cada 30 dias colocava-se as bandejas e telas excluidoras as 05h00 e as 17:h00 removia a tela e colhia o pólen do dia. Para a coleta do pólen externo e interno da Melipona subnitida está sendo realizadas durante o período de picos do forrageamento que compreendem os horários da 05h:00 às 07h:00 e das 16h:00 às 18h:00. Os grãos de pólen coletados estão sendo levado para o laboratório de ecologia da UFERSA para avaliação e análises dos recursos florais. Durante o período de março a julho de 2024, foi realizado um levantamento do pasto apícola/melípona na Fazenda Experimental da UFERSA, localizada em Mossoró-RN. O estudo revelou uma diversidade significativa de espécies vegetais, incluindo espécies arbóreas, arbustivas e herbáceas com potencial melitófilo, que fornecem pólen e néctar para as abelhas Apis mellifera e Melipona subnitida. Estes resultados são fundamentais para a orientação de apicultores e meliponicultores, permitindo um planejamento eficaz da atividade ao longo dos anos. Foram identificadas 86 espécies de angiospermas pertencentes a 26 famílias botânicas. Destas, 47 espécies pertencem ao estrato herbáceo, 20 ao arbustivo, 18 ao arbóreo e 1 espécie à palmeira. A distribuição por estratos revela a riqueza e diversidade da flora na área estudada,