UTILIZAÇÃO DA ÁGUA RESIDÚARIA DA INDÚSTRIA SALINEIRA COMO FONTE DE MAGNÉSIO NA CULTURA DO MELÃO
Água-mãe. Cucumis melo L.. Fertilizante. Fertirrigação
O melão (Cucumis melo L.) é uma olerícola muito apreciada e de popularidade crescente no Brasil e no mundo, sendo uma das cucurbitáceas mais exigentes em relação à adubação, quanto ao magnésio, esse em equilíbrio com o cálcio e potássio proporciona uma maior produtividade da cultura. No processo de produção do sal marinho é gerado um resíduo, chamado de água mãe, que é saturada em NaCl, mas rica em magnésio (Mg) seguida de enxofre (S) e potássio (K). A evaporação dessa água residuária para concentrar a pelo menos 35 ºBè pode eliminar a maior parte do sódio (Na), predominando em solução o cloreto e sulfato de magnésio e cloreto de potássio. Nesta pesquisa, objetivou-se determinar a quantidade de água remanescente e a quantidade de sais após o processo de evaporação da água residuária, sua composição química e o seu potencial uso como fertilizante na cultura do melão. As análises foram analisadas no Laboratório de Análise de Água, Solo e Plantas da Universidade Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA. O delineamento experimental adotado foi o inteiramente casualizado com cinco tratamentos e quatro repetições, sendo os tratamentos correspondente às concentrações de 27,1; 30,0; 32,5; 34,5 e 36,5 °Bè.. Verificou-se que após os 36,5°Bé a caracterização e adequação da água residuária por evaporação é possível obter um composto de Mg, K, S e macronutrientes para aplicação na agricultura. Foram instalados dois experimentos com a cultura do melão no distrito de Alagoinha, zona rural do município de Mossoró-RN, Brasil, num solo Latossolo Vermelho Amarelo. Os experimentos foram instalados seguindo o delineamento em blocos casualizados, com quatro repetições. Cada parcela experimental foi composta por duas fileiras de plantas, com 6,0 metros de comprimento, e espaçamento de 0,3 x 1,8 m. O híbrido de melão Dalí, da empresa Sakata®, foi utilizado como cultura experimental. Foram avaliados a aplicação de Mg em diferentes doses. No primeiro experimento, foram aplicadas diferentes doses de magnésio em pré-plantio, com base na dose necessária para elevar o nível de Mg no solo, antes de 0,2 para 0,5 cmolc.dm-3 na faixa molhada explorada pelas plantas (750 m³.ha-1 de solo). As doses aplicadas correspondentes a 0%, 50%, 100% e 200% da dose preconizada corresponderam a 0, 28, 54 e 108 L.ha-1 de água mãe, além do tratamento adicional que utilizou 55 kg.ha-1 de sulfato de magnésio (dose 100%), aplicada em fundação. No segundo experimento, foi aplicada 50% da dose total em fundação e os outros 50% em fertirrigação fracionadas em partes iguais aos 14, 21 e 28 dias após o transplantio. Utilizou-se o sistema de irrigação por gotejamento, sendo aplicado durante o ciclo da cultura um total de300 mm.. A análise de variância (ANOVA) revelou que não houve diferenças estatisticamente significativas na produtividade e sólidos solúveis (Brix) dos frutos entre os tratamentos (p > 0,05) em nenhum dos experimentos. O uso de uma Lâmina de irrigação de 353 mm usando água subterrânea da região (Mg – 0,85 mmolc.L-1), supriu a necessidade da cultura com Mg, de modo que a adição da água-mãe como fertilizante magnesiano não proporcionou aumento no rendimento e qualidade dos frutos.