PATOGENICIDADE DE FUNGOS SOBRE Liriomyza sativae BLANCHARD (DIPTERA: AGROMYZIDAE) EM LABORATÓRIO
Controle microbiano. Entomopatógenos; dípteros; Cucumis melo. Mortalidade
O melão (Cucumis melo L.) é segunda fruta mais exportada pelo Brasil. No entanto, o meloeiro pode ser infestado por várias pragas, como a mosca-minadora Liriomyza sativae Blanchard (Diptera: Agromyzidae). Na maior região produtora de melão do Brasil, localizada no Semiárido nordestino (estados do Rio Grande do Norte e Ceará), a mosca-minadora alcançou o status de praga-chave. O controle químico, é sem dúvidas, uma das táticas mais importantes para o manejo desse inseto. Contudo, devido às restrições impostas pelo mercado consumidor e aos limites máximos de resíduos, há poucos princípios ativos disponíveis para o controle da mosca-minadora no meloeiro. Em cenários como esse, os fungos entomopatogênicos (FEs) têm ganhado destaque como uma estratégia promissora para o manejo de diversas pragas agrícolas. Assim, considerando a importância dessa praga em áreas de cultivo de melão, o objetivo desta pesquisa foi avaliar a patogenicidade de três espécies de FEs sobre a mosca-minadora em condições de laboratório. Os bioensaios foram realizados no Laboratório de Entomologia Aplicada, no Setor de Fitossanidade da UFERSA, em Mossoró – RN. Os experimentos ocorreram em câmaras do tipo B.O.D. e em sala não climatizada em duas épocas do ano: no período chuvoso e no período seco. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com quatro tratamentos e quinze repetições. Os tratamentos consistiram dos fungos Beauveria bassiana, Cordyceps javanica e Metarhizium anisopliae, além do tratamento controle com água destilada. Os fungos foram testados no estágio adulto do inseto. A metodologia de contaminação foi via contato, onde pulverizou-se placas de Petri e os insetos foram liberados para se infectarem. Após a contaminação, o número de insetos mortos foi contabilizado durante dez dias e observou-se a esporulação fúngica em câmara úmida. Todos os experimentos foram replicados duas vezes. A normalidade dos dados foi testada pelo teste de Shapiro-Wilk, e a homogeneidade das variâncias foi avaliada pelo teste de Bartlett. A porcentagem de mortalidade com e sem esporulação foi analisada por meio do teste de Kruskal-Wallis. Foi realizada uma análise de sobrevivência com o teste de Kaplan-Meier. Os dados de temperatura e umidade relativa do ar foram processados pelo software Sigmaplot. B. bassiana destacou-se em BOD (9,33%) e no período chuvoso (46,67%), enquanto M. anisopliae foi mais (47,33%) eficaz no período seco. No entanto, mortalidade variou de baixa à moderada. Além disso, baixa ou ausência de esporulação sugerem patogenicidade moderada, demandando estudos adicionais. A falta de bioinseticidas registrados reforça a necessidade de mais pesquisas para viabilizar o uso de FEs no manejo sustentável da praga no Semiárido nordestino.