USO DA MADEIRA DE SABIÁ (Mimosa caesalpiniaefolia Benth) COMO BIOADSORVENTE NA REMOÇÃO DO CORANTE AZUL DE METILENO
Efluentes têxtil; Bioadsorvente; Tratamentos de efluentes.
A indústria têxtil, uma das mais antigas do mundo com mais de 4.000 anos de história, é responsável pela produção de fibras, fios e tecidos. O tingimento é uma técnica que desempenha um papel crucial nesse processo, pois utiliza corantes para dar cor aos materiais. Entretanto, quando essas substâncias são descartadas inadequadamente nos recursos hídricos, provoca diversos impactos ambientais e problemas de saúde pública. Dentre as tecnologias que são empregadas para a descontaminação de efluentes têxteis, a adsorção vem atraindo destaque e a busca por materiais adsorventes de baixo custo e com alta eficiência tornou-se uma tarefa para os pesquisadores. Assim, a presente pesquisa propôs o uso do pó da madeira da Mimosa Caesalpiniaefolia Benth, conhecida popularmente por Sabiá, para ser empregada como bioadsorvente na remoção do corante Azul de metileno. A madeira do sabiá foi adquirida na Fazenda Ipê, no município de Governador Dix-Sept Rosado/RN e posteriormente triturada, macerada e peneirada para a padronização das partículas. O pó da madeira passou pela extração a quente e a frio para a remoção dos extrativos. O bioadsorvente foi submetido a técnica de Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) e Potencial de Carga Zero (PCZ). Posteriormente foram realizados os estudos do efeito do pH, cinética e isotermas de adsorção. Os ensaios de pH determinaram que a maior quantidade adsorvida do corante AM foi em meios alcalinos quando comparados com pH ácidos. O estudo cinético determinou o tempo de equilíbrio em 120 min e os modelos cinéticos de Pseudo-1ª ordem, Pseudo-2ª ordem, Difusão intrapartícula, Elovich e Avrami foram aplicados para descrever os dados experimentais da cinética de adsorção do corante AM pelo bioadsorvente. Dos modelos citados, o Pseudo-2ª ordem teve o melhor ajuste com capacidade de adsorção de 12,140 mg/g. Dos modelos matemáticos de Langmuir, Freundlich e Temkin utilizados para descrever os dados experimentais no processo de adsorção, o melhor ajuste ocorreu para o modelo de Langmuir. Diante disso, o bioadsorvente oriundo da madeira do sabiá apresentou resultado promissor para a adsorção do corante AM em solução aquosa.