EFEITO DO PLASMA FRIO ATMOSFÉRICO NA PRECIPITAÇÃO DE SAIS DE ÁGUAS HIPERSALINAS NATURAIS.
água-mãe; densidade; tratamento; composição; morfologia.
Águas hipersalinas, resultantes da água do mar residual pós extração do NaCl, foram tratadas
por plasma frio atmosférico. Tem-se como objetivo no presente trabalho, investigar o
mecanismo de precipitação de sais em águas hipersalinas naturais submetidas à ação de plasma
frio atmosférico, como forma de reaproveitamento desse subproduto. O tratamento foi realizado
em quatro concentrações salinas, aplicando plasma por descarga de barreira dielétrica durante
gotejamento. Após o gotejamento, a fração sólida e líquida foram separadas por um sistema de
filtração em vácuo e, posteriormente submetidas às análises químicas, microestruturais e de
imagem. Foram realizados testes comparativos de precipitação por gotejamento sem plasma e
com plasma, inclusive invertendo a polarização da descarga elétrica, para distintas taxas de
interação gota-plasma. Foi constatado que a interação com o plasma resulta numa maior taxa
de precipitação de sais sob a forma de numerosos cristais cúbicos. Ao contrário dos cristais
formados sem tratamento por plasma, que possuem forma piramidal e são até 10 vezes maiores.
Além disso, a interação com o plasma favoreceu à extração diferenciada da quantidade e
composição dos sais quando comparada com a extração sem tratamento, indicando que a
descarga atua de modo diferente do mecanismo de precipitação por supersaturação sobre íons
de cargas opostas, mas pode favorecer à obtenção de cristais mais puros em halita do que o
processo de evaporação natural. Por fim, foi observado que o aumento do tempo de interação
entre gota e plasma até 10 segundos é proporcional ao aumento da precipitação de sais, para
diferentes polarizações da descarga. Já a formação de espécies reativas do plasma no líquido
hipersalino é sempre maior ao se aumentar esse tempo de interação.