DESENVOLVIMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE BIOFILMES DE GELATINA DAS ESCAMAS DE TILÁPIA DO NILO (Oreochromis niloticus) E CERA DE ABELHA PARA REVESTIMENTO DE CARNE DE PESCADO E FRANGO
gelatina, tilápia, frango, cobertura
Os biofilmes têm sido potencialmente estudados em função da tentativa de substituição dos filmes oriundos da indústria petroquímica. Proteínas, polissacarídeos e lipídeos têm contribuído para o desenvolvimento desses revestimentos. A gelatina é uma proteína bastante utilizada na composição de filmes e a gelatina de peixe tem ganhado espaço nesse contexto, substituindo a gelatina bovina e suína, por questões religiosas e de saúde. Após obtenção e caracterização da gelatina das escamas da tilápia, a qual apresentou características favoráveis à formação de filmes, foram desenvolvidos filmes (3%) com adição de cera de abelha como componente hidrofóbico em diferentes concentrações no que diz respeito à massa seca do biopolímero (0%, 5% e 10%). O método casting foi utilizado para obtenção dos filmes. A adição da cera de abelha nos filmes foi avaliada em relação às propriedades ópticas (cor e opacidade), além de espessura, ângulo de contato, propriedades térmicas e de barreira como umidade, solubilidade em água e ácido, PVA e isotermas de sorção, propriedades mecânicas, bem como foi feita análise da microestrutura dos filmes, através de MEV. As soluções filmogênicas atuaram como cobertura de filés de tilápia e filés de frango e estes foram analisados em relação à cor, pH, capacidade de retenção de água (CRA), perda de peso por cocção (PPC), força de cisalhamento (FC) e TBARS, durante 9 dias. A presença da cera de abelha nos filmes acarretou opacidade, aumento da hidrofobicidade e da elasticidade, além de redução de resistência à tração e módulo de Young. Na análise das propriedades das carnes de pescado e frango, as soluções de gelatina com e sem cera de abelha contribuíram positivamente para a conservação, reduzindo pH, PPC, FC e TBARS, bem como aumentando o CRA.