PIGMENTOS A BASE DE ALGAROBA E CAJUEIRO IMPREGNADO COM ÍONS COBRE E COBALTO PARA APLICAÇÃO EM ESMALTES CERÂMICOS
Biomassa, cinza residual, pigmento cerâmico, impregnação.
No interior do Rio Grande do Norte há uma grande produção de cerâmica vermelha, existindo ainda a produção artesanal (olarias), que usa a biomassa como fonte energética. De acordo com o Balanço Energético Nacional do ministério das minas e energia, o consumo da biomassa como fonte de energia corresponde a 8,3% da matriz energética brasileira. Na composição setorial, o consumo da biomassa pela indústria cerâmica corresponde a 3,0% do total consumido em todo país. A cinza de biomassa é o resíduo sólido resultante da sua combustão completa ou incompleta e representa uma mistura heterogênea de composição variável com componentes orgânicos e inorgânicos. Na perspectiva do aproveitamento tecnológico dessas cinzas, o presente trabalho visa aproveitar a cinza residual da queima da biomassa de algaroba e cajueiro, para produzir pigmentos cerâmicos alternativos. O desenvolvimento de pigmentos cerâmicos é importante, uma vez que grande parte dos pigmentos consumidos pela indústria cerâmica brasileira são importados dos países europeus. A cinza residual foi obtida de em uma olaria setorizada no polo cerâmico do Vale do Assú, localizada no interior do estado do Rio Grande do Norte. Os pigmentos foram preparados impregnando os íons cobalto e cobre na cinza residual por via úmida. As amostras foram calcinadas a temperaturas de 700ºC e 900ºC e usadas para colorir esmalte transparente brilhante. Os esmaltes foram aplicados sobre peças cerâmicas e sinterizadas a temperaturas de 1100 e 1150ºC. Foram usadas as técnicas de caracterização fluorescência de raios X, difração de raios X, Microscopia eletrônica de varredura, espectroscopia na região do UV- Visível e análise colorimétrica. No esmalte comercial, os pigmentos obtidos usando cobalto como íon cromóforo apresentaram tons lilás ao azul escuro, os pigmentos obtidos usando cobre, apresentaram tons de verde claro. A incorporação por via úmida se mostrou viável para a produção de pigmentos derivados da cinza residual.