FILMES DE FÉCULA DE MANDIOCA INCORPORADOS COM CERA DE CARNAÚBA EM CAMADA E SEU EFEITO COMO COBERTURA NA VIDA DE PRATELEIRA DO TOMATE
Filme biopolimérico; cera de carnaúba; fécula de mandioca; camadas.
Em meio a problemática ambiental dos resíduos plásticos, bem como da necessidade de prolongamento da vida de prateleira de alimentos, os filmes biopoliméricos aparecem como alternativa interessante para o atendimento dessas demandas. Grande parte desses filmes são produzidos por polissacarídeos com boa resistência mecânica, no entanto, esses materiais são hidrofílicos, afetando as propriedades de barreira ao vapor de água. Alternativas vêm sendo estudadas para aumentar a hidrofobicidade dos filmes de polissacarídeos incluem a utilização de emulsões de polímeros com lipídeos hidrofóbicos e a produção de filmes com camadas lipídicas incorporadas. A incorporação por emulsão óleo em água é o método mais utilizado, no entanto, problemas como a desestabilização da emulsão e a consequente separação de fases podem ocasionar uma incorporação ineficiente. A cera de carnaúba apresenta grande resistência ao fluxo de vapor de água e possui o seu uso permitido em revestimentos de frutas e outros alimentos. Entre as hortaliças, o tomate se destaca como de fundamental importância tanto no fator econômico, quanto no social, ele é rico em vários nutrientes, sendo um constituinte básico da dieta humana. Nesse contexto, o presente trabalho possui o intuito de avaliar a incorporação da cera de carnaúba por meio da formação de uma camada superficial de filmes biopoliméricos à base de fécula de mandioca, caracterizando-os, quanto à permeabilidade ao vapor de água, propriedades ópticas e morfológicas, bem como sua aplicação em coberturas de tomates, visando à melhoria das características físico-químicas e prolongamento da vida útil destes frutos. Os resultados obtidos apresentaram uma redução na permeabilidade ao vapor de água de 32,6 para 9 g/m²h. As propriedades ópticas indicaram um maior amarelecimento e opacidade dos filmes incorporados com a cera. A análise do MEV não apresentou imperfeições superficiais. Quando aplicado ao tomate como cobertura o material proporcionou uma vida útil mais prolongada, com uma maior retenção da perda de peso, firmeza e cor.