DESINFESTAÇÃO DA ALGA Gracilaria caudata POR PLASMA
Plasma DBD. Desinfestação. Gracilaria caudata.
A existência de micro-organismos patogênicos em alimentos tem sido uma das maiores causas das doenças relacionadas à alimentação, além de ser um dos fatores limitantes ao desenvolvimento de técnicas de cultivo in vitro, que necessitam de completa descontaminação. Apesar da crescente importância das algas nos mais diferentes campos, o que tem levado a uma queda nos seus estoques naturais, os estudos referentes a este problema ainda são poucos e bastante limitados quando comparados às plantas. As metodologias de desinfestação existentes para algas seguem inúmeras etapas, já que as mesmas possuem estruturas nitidamente mais frágeis. E, muitas vezes, utilizam antibióticos no processo. Desta forma, este trabalho objetivou o desenvolvimento de uma metodologia eficiente de desinfestação desses tipos de organismos, especificamente da alga Gracilaria caudata. Dois processos de desinfestação foram realizados, um químico e um físico-químico. O primeiro consistiu na utilização de uma solução de NaClO a fim de se obter um protocolo simplificado, de poucas etapas. Para isso os explantes foram submetidos a tratamentos com as seguintes concentrações: 0,01; 0,05; 0,5 e 1%, assim como também uma solução comercial de NaClO a 0,5%, cada concentração foi aplicada a diferentes tempos de contato: 5 e 30 segundos, 1, 5 e 10 minutos. O segundo método consistiu na utilização inédita de um sistema a plasma por descarga em barreira dielétrica (DBD), para descontaminação dessas superfícies (10 e 20 minutos de exposição), que permite, além de simplicidade no procedimento, a não utilização de reagentes tóxicos. O gás utilizado nesse procedimento foi o hélio. Os resultados obtidos mostraram uma porcentagem de descontaminação de 100 % para uma concentração de NaClO 1% (10 minutos), solução comercial ( 5 e 10 minutos) e para o tratamento a plasma DBD para os dois tempos de tratamento realizados: 10 e 20 minutos. Apesar de completa descontaminação para a metodologia química, foi observada uma nítida descoloração das algas logo após o tratamento, ao passo que para o tratamento físico-químico não foi observada a mesma agressividade, ressaltando que a coloração é um fator determinante da saúde desses tecidos. Desta forma, o tratamento a plasma DBD surge como uma alternativa ecologicamente limpa na descontaminação dessas superfícies biológicas, possibilitando a utilização das algas tratadas para diferentes aplicações.