AVALIAÇÃO DA INCORPORAÇÃO DE CERA DE ABELHA NA HIDROFOBIZAÇÃO DE FILMES BIOPOLIMÉRICOS E SEU EFEITO COMO COBERTURA NA CONSERVAÇÃO PÓS-COLHEITA DA GOIABA
PVA, biopolímeros, cera de abelha, goiaba, índice de maturação.
O desenvolvimento de revestimentos biodegradáveis tem sido potencialmente discutido devido ao uso exacerbado de polímeros sintéticos advindos da produção de petróleo, e sua carga não-biodegradável tem alavancado graves problemas ambientais. Além disso, a crescente demanda mundial em busca de melhoria da saúde tem alcançado interesse em soluções tecnológicas capazes de oferecer meios de conservação e redução da atividade metabólica dos frutos e hortaliças para preservar seus inúmeros nutrientes de forma eficaz por períodos longos de armazenamento. Os biopolímeros, que são a base polimérica do revestimento, agregam diversos pontos positivos: são atrativos por suas características renováveis, de abundância, baixo custo e fácil acesso na região do semi-árido. Os revestimentos foram sintetizados pelo método de casting com três bases poliméricas: amido de milho, fécula de mandioca e gelatina em diferentes concentrações, 3%, 2% e 5%, respectivamente. Cera de abelha foi adicionada como agente hidrofóbico na rede polimérica em concentrações diferentes em relação à base seca de biopolímero (0%, 5% e 10%). O efeito da incorporação da cera de abelha sobre as propriedades de barreira foi avaliado e determinou-se o biofilme com as melhores caracaracterísticas para revestimento em goiabas “Paluma”, sendo observada diferença significativa (p<0,05) na adição de cera de abela em filmes de fécula de mandioca 2%. Propriedades mecânicas, de barreira, estrututurais e de cor e opacidade foram determinadas. A rugosidade superficial e o ângulo de contato dos sistemas contendo cera de abelha indicaram o comportamento hidrofóbico dos filmes. Isto também foi confirmado pela permeabilidade ao vapor de água e solubilidade e levou a uma importante melhoria na elasticidade dos biofilmes. Goiabas “Paluma” foram colhidas e selecionadas segundo a cor da casca e ausência de defeitos, revestidas com filmes de fécula de mandioca (F2%), fécula de mandioca com adição de cera de abelha (F2%C10) e sem revestimento, e então acondicionadas em câmara regulada para 15ºC±2ºC e 90%-95% UR, durante 15 dias. Análises físico-químicas e organolépticas mostraram que o uso de revestimento F2%C10 resultou num melhoramento significativo no índice de maturação, e consequentemente um aumento no tempo de vida útil das goiabas. Avaliação sensorial considerando os atributos de aparência global: aroma, textura e aceitação e intenção de compra apontaram uma melhor aceitabilidade dos frutos com revestimento F2%C10, demonstrando efeito positivo do uso deste.