Ecofisiologia de cucurbitáceas irrigadas com água salina em ambiente protegido / 2. Ecofisiologia de anonáceas irrigadas com água salina: pinha e graviola
Estresse abiótico. Salinidade. Respostas fisiológicas, Semiárido. / Estresse abiótico. Salinidade. Respostas fisiológicas, Semiárido.
1. A família Cucurbitaceae compreende cerca de 120 gêneros e 960 espécies, possui culturas de relevante importância econômica em muitos países tropicais. No Brasil, são em torno de 30 gêneros e 200 espécies em que são destaques o melão (Cucumis melo L.), a melancia (Citrullus lanatus) e a abobrinha (Cucurbita pepo L.). As cucurbitáceas são cultivadas, principalmente, na região nordeste, que abrange a maior parte da região semiárida do Brasil, sendo que o meloeiro predomina nos estados como Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte, os quais são os principais produtores, com 80% da área cultivada. Logo, pesquisas com cultivos biossalinos de cucurbitáceas são fundamentais, pois a salinidade influencia no desenvolvimento e fisiologia das culturas, reduzindo a produção. No meloeiro e melancieira a redução da fotossíntese ocorre devido à restrição estomática, de modo que a eficiência fotoquímica é indiferente a irrigação com água salina de 5,0 e 5,5 dS m-1 em ambiente protegido. Na abobrinha irrigada com água salina de 5,0 dS m-1, a redução da fotossíntese ocorre pela diminuição da eficiência fotoquímica e aumento do Quenching fotoquímico. Pesquisas indicam que a aplicação de biofetilizantes, bioestimulantes, adubação e hormônios, de forma isolada ou combinada, nas diferentes fases de desenvolvimento da cultura, resultam em uma maior tolerância das cucurbitáceas ao estresse salino. 2. A família Annonaceae apresenta cerca de 129 gêneros e mais de 2.000 espécies. No Brasil, estão registradas cerca de 260 espécies da família Annonaceae, sendo a pinha (Annona squamosa L.) e a graviola (Annona muricata L.), as espécies de maior importância econômica. A pinheira e a gravioleira são frutíferas com frutos de alta atratividade e sabor. Elas são cultivadas em todo o Brasil, no entanto, 97% da área cultivada com pinheira e 86% da área cultivada com gravioleira estão na região Nordeste do país, a qual abrange a maior parte da região semiárida do Brasil. Assim, os cultivos biossalinos de anonáceas são imprescindíveis. A salinidade tende a reduzir a eficiência fotossintética e, consequentemente, a produção das anonáceas. Estudos apontam que a adubação adequada com nitrogênio-fósforo-potássio, nas diferentes fases de desenvolvimento da cultura, melhora as respostas das plantas à salinidade, assim como, o tratamento das sementes e a pulverização foliar com elicitores de estresse abiótico, como peróxido de hidrogênio e ácido salicílico também induzem maior tolerância à salinidade.