USO DE EFLUENTE DA PISCICULTURA NA FERTILIZAÇÃO DE CULTIVARES DE MILHO CRIOULO
Reuso de água. Agricultura familiar. Milho crioulo. Desenvolvimento sustentável.
Em face da escassez de recursos hídricos, cresce em todo o mundo, a consciência em torno da importância do uso racional da água, como também, da necessidade do controle de perdas e desperdícios. Esta problemática vem sendo diagnosticada há alguns anos, especialmente, em países com grandes regiões semiáridas, como o Brasil. Considerando o quadro de baixa oferta de água potável, torna-se importante o desenvolvimento de pesquisas e a geração de tecnologias que permitam o uso de águas salinas na produção de alimentos. A aplicação de efluentes ao solo é vista como forma efetiva de controle da poluição e uma alternativa viável para aumentar a disponibilidade hídrica em regiões áridas e semiáridas, podendo reduzir os custos com tratamento e ainda servir como fonte de nutrientes para as plantas. Para tanto, o presente estudo tem como principal objetivo avaliar o potencial de uso agrícola do efluente da piscicultura no cultivo de milho crioulo. A pesquisa foi realizada no período de maio a julho de 2016, sob condições de campo, em área experimental pertencente ao Departamento de Ciências Ambientais e Tecnológicas (DCAT), Campus Oeste da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró - RN. A área experimental foi constituída de aproximadamente 119 m2 (8,80 m x 13,50 m), onde foram distribuídos 3 (três) blocos casualizados, com parcelas subdivididas e 3 (três) repetições cada cultivar de milho crioulo. Para tanto, os tratamentos supracitados foram testados na irrigação de 2 (duas) variedades de milho crioulo: Ibra (Cultivar 1 – C1) e Milho Roxo (Cultivar 2 – C2). O experimento contou com 5 (cinco) tratamentos (T1: 100% água de abastecimento (testemunha); T2: Proporção de 75% de água de abastecimento + 25% de rejeito da piscicultura; T3: Proporção de 50% de água de abastecimento + 50% de rejeito da piscicultura; T4: Proporção de 25% de água de abastecimento + 75% de rejeito da piscicultura; T5: 100% de efluente da piscicultura). Os resultados das análises de qualidade das fontes hídricas utilizadas na irrigação do milho crioulo indicam que ambas as fontes são alcalinas e não apresentam risco severo de salinização do solo. A CEes apresentou uma variação significativa ao longo do período experimental, variando de 0,0 a 2,2 dS m-1, e com valor médio igual a 1,10 dS m-1, cujo valor encontrado apresenta-se dentro do limite estabelecido pela FAO (1999) para cultivos agrícolas. Para as análises de crescimento houve interação significativa entre os fatores (proporções de efluente da piscicultura e cultivares) para todas as variáveis analisadas. Apenas a variável altura da planta aos 30 dias (ALT1), após a emergência (DAE), não apresentou interação que, por sua vez, diferiu significativamente entre as cultivares (p0,05), apenas para a variável matéria seca do pendão (MSP). Considerando o fator proporção de efluente da piscicultura, observou-se efeito significativo para todas as variáveis, exceto para matéria fresca do pendão (MFP). Por sua vez, verificou-se interação significativa entre os fatores analisados (proporção de efluente da piscicultura e cultivares) para a variável matéria fresca da parte aérea (MFPA)