VARIAÇÃO ESPACIAL DE ATRIBUTOS DO SOLO, EM ZONA DE RECARGA DE NASCENTE, EM UMA MICROBACIA PERENE DO SEMIÁRIDO
Hidrologia; Geoestatística; Física do solo.
Em virtude do crescimento populacional, acentua-se cada vez mais a necessidade do uso dos recursos naturais, principalmente solo e água, podendo levar a degradação dos mesmos, sendo o estudo dos atributos do solo fundamental no dimensionamento e entendimento dos impactos antrópicos sobre o meio ambiente. Logo, descrever e mapear o uso e ocupação do solo juntamente com a variabilidade espacial de seus atributos é de suma importância para se colocar em prática técnicas de manejo racional e adequada de exploração desses recursos. A geoestatística tem contribuído cada vez mais para pesquisa espacial de atributos do solo. Portanto, o objetivo deste trabalho foi mapear o uso e ocupação do solo juntamente com seus atributos, utilizando SIG e geoestatística, numa área de recarga de nascente de uma microbacia hidrográfica perene de vertente, em condições semiáridas. A área de estudo pertence ao médio curso da bacia hidrográfica do rio Apodi-Mossoró, localizada no Oeste do estado do Rio Grande do Norte. O uso da geoestatística, aliado ao SIG, mostrou-se viável para a espacialização dos atributos do solo, contribuindo significativamente para um mapeamento mais preciso dos parâmetros estudados. Os resultados indicaram que os atributos físico-hídricos do solo foram menos variáveis e mais estáveis às ações antrópicas na área, quando comparado aos atributos químicos. Além disso, a vegetação local, a topografia e o relevo interferiram diretamente no comportamento dos atributos do solo (químicos e físico-hídricos). Os resultados mostraram uma estreita relação entre o uso e ocupação do solo e a distribuição espacial dos seus atributos, indicando os impactos das diversas ações antrópicas sobre o meio. Dessa forma, foi possível identificar áreas que deveriam estar preservadas (nascentes, topo de morro, zonas de recargas, etc), mas encontram-se manejas e com suas condições naturais modificadas pela ação do homem. Com isso, conclui-se que a mensuração espacial dos impactos antrópicos no meio é etapa primordial para o planejamento do uso e ocupação do solo de forma racional, adotando técnicas de conservação dos recursos naturais.