Diagnóstico microbiológico e parasitológico em alface (Lactuca sativa l.) comercializada em município do semiárido brasileiro
Contaminação alimentar. Hortaliça. Enteroparasito. Coliformes.
A alface (Lactuca sativa L.) destaca-se como a folhosa mais popular e consumida no Brasil, apresentando importância em saúde pública tanto pelo seu aporte nutricional, como pela possibilidade de transmissão de doenças, uma vez que é comumente consumida sem cocção e pode estar contaminada por parasitos e micro-organismos patogênicos. Erros durante a manipulação e a contaminação ambiental ocasionada, por exemplo, pela falta de saneamento básico podem contribuir para a disseminação das doenças transmitidas por alimentos, evidenciando a importância social da investigação parasitária e microbiana, que podem fornecer dados sobre as condições higiênico-sanitárias envolvidas na produção, armazenamento, transporte e manuseio dos alimentos. Neste contexto, o objetivo desse trabalho foi diagnosticar a qualidade microbiana e parasitária de alfaces comercializadas no município de Mossoró, Estado do Rio Grande do Norte. O estudo foi conduzido com amostras coletadas por compra direta em bancas de feira livre e supermercados da cidade. Para a análise parasitológica foram utilizados o método de sedimentação espontânea de Hoffman com modificações, e o método de centrífugo-flutuação de Faust, já para a análise microbiológica, foram determinados o Número Mais Provável (NMP) de coliformes totais, coliformes termotolerantes e Salmonella sp. A análise estatística foi executada aplicando o teste χ2 e teste exato de Fisher, sendo considerado o nível de significância de 5%. Para as análises microbiológicas foram analisadas uma amostra por estabelecimento, onde verificou-se que 100% (12/12) apresentaram contaminação por coliformes totais, 25% (3/12) coliformes termotolerantes acima do permitido e ausência de Salmonella sp. Quanto a contaminação parasitária, 62,5% (45/72) estavam contaminadas, sendo diagnosticado os parasitos: ancilostomídeos 40,3% (29/72), Strongyloides sp. 29,2% (21/72), Ascaris sp. 1,4% (1/72), Entamoeba histolytica/díspar 1,4% (1/72), Endolemax nana 1,4% (1/72) e Entamoeba coli 2,8% (2/72). Outro achado de relevância foi a contaminação física com o diagnóstico de insetos em 19,4% (14/72), além de larvas de Oesophagostomum sp. 16,7% (12/72) e outras larvas de nematoides de vida livre sem importância em saúde pública. Entretanto não houve diferença na qualidade parasitária e microbiana entre os locais de comercialização deste estudo. Assim, fica evidenciada a presença de contaminação microbiana e parasitária, determinando a baixa qualidade higiênico-sanitária das alfaces estudadas e o potencial risco a saúde ao qual a população fica exposta.