SORÇÃO, DESSORÇÃO E SELEÇÃO DE ESPÉCIES VEGETAIS PARA REMEDIAÇÃO DE SOLO CONTAMINADO COM AMETRYN
Persistência, fitorremediação, carryover, contaminação ambiental.
O conhecimento dos fatores relacionados à dinâmica de herbicidas no ambiente é de fundamental importância para prever o comportamento de herbicidas em solos com diferentes atributos e para seleção de dosagens adequadas, bem como para evitar efeitos prejudiciais ao ambiente e às culturas subsequentes. O uso de plantas pode auxiliar no processo de remediação dos solos contaminados, sendo que a tolerância ao herbicida é fator essencial para a espécie utilizada. O objetivo deste trabalho foi avaliar a sorção e dessorção para o melhor entendimento do comportamento do ametryn no solo e selecionar espécies vegetais para programas de remediação de áreas contaminadas com o herbicida. Na determinação da sorção e dessorção foi utilizado o método “Batch Equilibrium” para determinar o tempo de equilíbrio do ametryn em onze solos com diferentes atributos. No ensaio de sorção as soluções de ametryn (0; 1; 2; 4; 8; 16; 24 e 32 mg L-1)preparadas em em CaCl2 0,01 mol L-1 foram adicionadas 10mL a amostras de 2,00g de solo, submetidas a agitação por 12 horas. A dessorção foi avaliada utilizando os tubos que continham a concentração de 16 mg L-1 de herbicida, a estes foram adicionadas 10 mL da solução CaCl2 0,01 mol L-1 isenta de herbicida. Todos os sobrenadantes foram filtrados e a concentração do herbicida analisada por cromatografia liquida de alta eficiência. A seleção de espécies tolerantes ao ametryn foi realizada por meio de dois experimentos. No primeiro avaliou-se a tolerância das vinte e sete espécies a metade da dose recomendada do herbicida (1.000 g ia ha-1). No segundo experimento, as selecionadas foram submetidas a três doses diferentes (0, 1000 e 2000 g i.a ha-1) do herbicida. Os resultados demonstraram que a sorção do ametryn ocorreu de maneira rápida, sendo correlacionada positivamente com o teor de matéria orgânica e pH do solo. A dessorção foi maior em solos com menor conteúdo de matéria orgânica. O ametryn causou a morte de Leucaena leucocephala, Crotalaria juncea, Crotalaria ochoroleuca, Fagopyrum tataricum, Mimosa caesalpiniaefolia, Arachis pintoi, Crotalaria spectabilis, Pennisetum glaucum, Glycine max, Calopogonium mucunoides, Mucuna pruriens, Vigna unguiculata, Phaseolus vulgaris, Sesamum indicum e Gossypium hirsutum. Canavalia ensioformis foi tolerante até a dose 1000 g i.a ha-1 do ametryn e Cajanus cajan e Brachiaria decumbens até a dose 2000 g i.a ha-1 e apresentam potencial para inclusão em programa de remediação deste herbicida.