A região do semiárido norte rio grandense comporta as cidades que mais produzem petróleo em terra no País. Encabeçadas por Mossoró, elas viveram a partir da década de 80 um aumento industrial peculiar destoante do cenário de seca e miserabilidade costumeiro, motivado pela ascensão econômica a partir da indústria petrolífera recém instalada em seus arredores. Tais mudanças, em meio rural, fizeram emergir novas formas de convívio diante da situação inóspita de ter que abrigar as tecnologias provenientes da instalação dos poços próximas às suas casas, uma necessidade de adaptar-se a uma rotina até então desconhecida. Diante desse aspecto, nada mais justo do que o dono da propriedade receber uma compensação por ceder um pouco de seu espaço. A relação entre proprietário de terra e empresa exploradora não prevê de que os primeiros participem ativamente dessa parceria, tampouco que escolham os termos de negociação. Para muitos, a oportunidade de renda advinda com a perfuração de poços tem se tornado uma resposta à carência da região que. O real interesse da pesquisa é mostrar uma análise crítica da situação das famílias impactadas diretamente pela indústria de extração de petróleo, suas necessidades e anseios frente a presença do empreendimento petrolífero em sua rotina e como estas se comportam diante desse convívio forçado. Aliado a isso, vamos mostrar como esses sujeitos se inserem de forma fragilizada na tríade de formação do desenvolvimento sustentável dentro da cadeia de extração e produção do petróleo.