QUEM MATA E QUEM MORRE? UMA ANÁLISE DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS CONTRUÍDAS SOBRE OS SUJEITOS “VÍTIMA” E “CRIMINO” NA ROTINA PRODUTIVA DO BLOG “O CÂMERA”
Mídia. Comunicação. Jornalismo. Violência. Crime. Representações Sociais
A sociedade contemporânea está imersa à explosão da rede mundial de computadores que, entre seus diversos impactos, viabilizou a pluralização de canais para a difusão de conteúdo produzidos e consumido simultaneamente por cidadãos (TARGINO, 2009). A prática jornalística é exemplo disso na medida em que perdeu seu domínio de autoridade na produção e disseminação de informação para outros agentes também produtores de conteúdo na Rede, fenômeno que pode ser explicado pela reflexão de Lèvy (2010). Esse fenômeno pode ser compreendido à luza da proliferação das Tecnologias de Informação e Comunicação - TIC’s, que impactou diretamente na dinâmica de consumo de mídias de modo a elevar o acesso às páginas da internet dedicadas à noticiabilidade de crimes, violência e desvio de condutas. Este trabalho busca lançar um olhar mais atento ao fenômeno das representações sociais expostos por FOUCAULT (1987, 1995, 1999, 2005 e 2008) a partir das postagens sobre violência durante o período de uma semana virtual de conteúdo na página www.ocâmera.com.br de modo a identificar a construção de sujeitos representados na narrativa jornalística enquanto “sujeitos vitimados” e “sujeitos criminosos” (MISSE, 2010). Para tanto, a “violência”, o “crime” e o “desvio” (MUCHEMBLEND, 2012), (MARTUCELLI, 1999), (GARLAND, 2008) et al são arcabouços teóricos de fundamentação para compreender o fenômeno que se cruza com a mídia. A análise de conteúdo à luz da análise crítica do discurso, proporciona a concluir o papel central da mídia no agendamento do debate público, sobretudo em face da proliferação de dispositivos tecnológicos de informação e comunicação proporcionando uma transformação na construção narrativa do jornalismo de modo a reafirmar representações social estratificadas dos sujeitos.