POTENCIAL ANTIMICROBIANO DE CREMES À BASE DE Phyllanthus niruri e Myracrodruon urundeuva EM FERIDAS PÓS-OVARIOSALPINGOHISTERECTOMIA EM Felis catus
fitocosmético; creme; físico-químico; castração, plantas.
O aumento exponencial na demanda por alternativas terapêuticas, em especial os produtos fitoterápicos, tem estimulado a indústria farmacêutica a aprofundar-se na produção dessas substâncias. Tal movimentação harmoniza-se com uma crescente preocupação em âmbito global, qual seja, a imperativa necessidade de contrapor-se à iminente crise dos agentes antimicrobianos. Com isso, foi verificado a eficácia antisséptica in vitro do extrato alcoólico de Phyllanthus niruri e do decocto de Myracrodruon urundeuva sobre cepas bacterianas como Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Streptococcus spp. e fungos como Cândida albicans.
Cremes oriundo dessas espécies botânicas foram produzidos. Após obter a aprovação em análises de estabilidade físico-química, foi submetido a ensaios in vivo em espécimes felinos. As plantas foram coletadas na UFERSA e no Parque Nacional da Furna Feia, respectivamente. Nos testes in vitro, as técnicas empregadas incluíram disco-difusão, concentração inibitória mínima (CIM) e concentração bactericida/fungicida (CBM/CFM). Para os testes in vivo, 15 felinos foram submetidos a uma cirurgia de ovariosalpingohisterectomia e posteriormente tratados com os cremes produzidos, bem como com clorexidina aquosa a 0,1% como controle positivo. Avaliações clínicas das incisões foram realizadas, considerando hiperemia, crostas, edema e secreção. Os resultados in vitro indicaram halos significativos para ambas as plantas em diferentes concentrações. A citotoxicidade dos produtos mostrou que não possuem efeito tóxico. Comparando-se os cremes baseados nas plantas com a clorexidina aquosa, observou-se que o creme de M. urundeuva não mostrou diferenças estatísticas, com exceção do sexto dia, enquanto o creme de P. niruri apresentou similaridade até o quarto dia e divergências nos dias subsequentes. Todos os testes foram analisados pelo teste de Tukey (p ≥ 0,05). Ambos os cremes mostraram estabilidade físico-química e os felinos não apresentaram efeitos adversos clínicos. Conclui-se que os cremes possuem ação antimicrobiana in vivo, sinalizando potencial para substituir antissépticos convencionais no futuro.