PATOGENICIDADE DE Monosporascus cannonballus E Macrophomina pseudophaseolina EM Luffa spp.
Reação de acessos; Cucurbitáceas; Patossistemas.
A Luffa spp. é uma espécie de cucurbitácea que vem despertando o interesse do setor agrícola devido à sua relevância ecológica e capacidade de replicação. Sua biodiversidade abre oportunidades promissoras para o desenvolvimento de novos materiais, bem como a sua utilização como porta-enxerto. No entanto, a falta de estudos sobre patossistemas radiculares associados a esta espécie representa uma limitação para seu uso. Sendo assim, o objetivo desse trabalho foi a avaliara patogenicidade de dois gêneros fúngicos (Macrophomina pseudophaseolina e Monosporascus cannonballus) em acessos de Luffa spp., obtidos do banco de germoplasma do CPVSA/UFERSA. Para isto, foram realizados dois ensaios. No primeiro, foi avaliada a patogenicidade de M. cannonballus (isolado - CMM2429), em 33 acessos de Luffa spp., duas testemunhas positivas (culturas de melão e melancia) e uma testemunha negativa (sem inoculação) para cada acesso/cultivar. A inoculação seguiu o método de infestação do solo com grãos de trigo. Para o segundo ensaio, foi avaliada a patogenicidade de M. pseudophaseolina, onde foi realizado um estudo de prospecção de fungos associados a raízes de Luffa spp. em áreas dos estados do Rio Grande do Norte e Ceará. Foram identificados três isolados pertencente ao gênero Macrophomina, através das estruturas morfológicas, e em seguida submetidos a análises molecular, para confirmação da espécie, por meio de extração de DNA e amplificação por reação em cadeia da polimerase (PCR), utilizando primers específicos (MpTefF e MpTefR para M. phaseolina, MsTefF e MsTefR para M. pseudophaseolina, e MeTefF e MeTefR para M. euphorbiicola). Todos os isolados amplificaram para M. pseudophaseolina. Foi selecionado o isolado de M. pseudophaseolina (RO-II), e inoculados em 12 acessos de Luffa spp., acrescido de duas testemunhas positivas (melão e melancia), e uma testemunha negativa (sem inoculação) para cada acesso/cultivar, utilizando o método do palito de dentes infestados. Para ambos os ensaios, após a inoculação, as plantas foram mantidas em condições de casa de vegetação, seguindo um delineamento inteiramente casualizado (DIC), com quatro repetições. Os ensaios foram repetidos. Aos 60 dias após a inoculação, foram avaliadas, a incidência e severidade da doença, classe de reação, comprimento da parte aérea (CA) e da raiz (CR), peso fresco e seco da parte aérea (PFA e PSA, respectivamente) e da raiz (PFR e PSR, respectivamente). Para todas as variáveis analisadas, houve diferença estatisticamente significativa entre os tratamentos, com nível de significância de 5%. No primeiro ensaio com os acessos de Luffa spp. inoculados com M. cannonballus, foi observado que 21 acessos foram classificados como "similar à imune", 11 como "altamente resistentes" ao fungo e apenas um acesso mostrou-se altamente suscetível se assemelhando aos controles positivos. No segundo ensaio, para os acessos inoculados com M. pseudophaseolina, apenas um acesso TB39 mostrou-se imune ao fungo e apresentou melhores características de crescimento vegetativo em comparação com os demais acessos. Entretanto, o acesso TB55 foi classificado como altamente resistente, se assemelhando a melancieira. Os resultados indicam a existência de variabilidade na resposta dos acessos de Luffa spp. a M. cannonballus e a M. pseudophaseolina. É possível ainda identificar que o acesso TB39 obteve as melhores respostas nos dois ensaios, sendo altamente resistente a M. cannonballus e imune a M. pseudophaseolina. Além disso, este é o primeiro relato de Luffa spp. atuando como hospedeira alternativa de Macrophomina pseudophaseolina.